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Cogumelos mágicos podem ser eficazes no tratamento da anorexia

12 de agosto de 2025 (Bibliomed). A psilocibina, ativo químico dos “cogumelos mágicos”, pode ajudar no tratamento da anorexia, sugere estudo realizado na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Pessoas com anorexia são obcecadas com seu peso e sua ingestão de alimentos. Elas podem limitar severamente a quantidade de comida que comem, ou podem ter uma compulsão alimentar e depois vomitar, ou tomar grandes quantidades de laxantes para purgar o corpo.

Para o estudo, 10 mulheres adultas diagnosticadas com anorexia receberam uma dose única de 25 miligramas de psilocibina sintética, combinada com apoio psicológico especializado. Nove em cada 10 mulheres tratadas com psilocibina classificaram a sessão entre suas cinco experiências de vida mais significativas, e 4 de 10 participantes do estudo apresentaram reduções clinicamente significativas em seus hábitos alimentares causados pela anorexia.

De acordo com os pesquisadores, o que foi particularmente interessante é que 60% dos participantes relataram uma redução na importância da aparência física, enquanto 70% notaram melhorias na qualidade de vida e mudanças na identidade pessoal.

No entanto, os pesquisadores descobriram que as mudanças na perspectiva psicológica não se traduziram automaticamente na restauração do peso. As próprias mulheres descreveram o efeito que a psilocibina teve sobre elas: "Você é capaz de agir de uma forma que antes parecia inalcançável se você definir a intenção certa", disse um participante. "As coisas podem não parecer tão diferentes por fora, mas parecem completamente diferentes por dentro", observou outra.

Os pesquisadores alertaram que a terapia psicodélica provavelmente funcionará melhor como parte de uma abordagem de tratamento abrangente, visto que a anorexia é um transtorno complexo. Estudos maiores e bem controlados que incluam imagens cerebrais e análise genética podem ajudar os pesquisadores a entender melhor o valor terapêutico da psilocibina.

Fonte: Psychedelics. DOI: 10.1038/s41591-023-02455-9.

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