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Área de lesão cerebral é essencial para Transtorno do Estresse Pós-Traumático

05 de junho de 2025 (Bibliomed). Danos cerebrais sofridos por estilhaços voadores em veteranos de guerra forneceram uma pista importante que pode levar a um melhor tratamento para transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), diz um novo estudo realizado na Universidade de Harvad, nos Estados Unidos.

Veteranos que sofreram danos causados por estilhaços conectados à amígdala, o centro do medo no cérebro, tinham menos probabilidade de desenvolver TEPT, relataram pesquisadores na revista Nature Neuroscience. Os resultados sugerem que o TEPT pode ser tratado usando pulsos elétricos para interromper as redes cerebrais ligadas à amígdala. Pesquisadores já descobriram redes cerebrais para tratar com sucesso a depressão e o vício usando neuroestimulação, e têm tentado localizar a rede associada ao TEPT.

Para este estudo, os pesquisadores analisaram 193 pacientes que lutaram na Guerra no Vietnã e que sofreram lesões cerebrais causadas por estilhaços que penetraram em seus crânios. Eles mapearam onde os danos cerebrais causados pelos estilhaços ocorreram nos cérebros desses veteranos e compararam os dados com os de 180 veteranos que não tiveram danos cerebrais. A comparação encontrou menos TEPT em veteranos que tiveram lesões causadas por estilhaços na rede cerebral ligada à amígdala.

A equipe também revisou dados de ensaios clínicos anteriores envolvendo neuroestimulação, para verificar se o circuito que eles destacaram já havia sido alvo em alguns pacientes. Durante o estudo, um paciente na Califórnia com TEPT grave solicitou tratamento com estimulação magnética transcraniana (EMT), na qual um implante cerebral usa um campo magnético para gerar pulsos elétricos em partes específicas do cérebro. Médicos usaram EMT para atingir o circuito cerebral identificado pelo estudo de veteranos, e o TEPT do homem melhorou.

Embora se trate de apenas um paciente, o caso mostra como esse circuito cerebral pode ser usado para tratar TEPT. No entanto, serão necessários ensaios clínicos em um grupo maior de pacientes antes que essa terapia possa ser aprovada para uso amplo.

Fonte: Nature Neuroscience. DOI: 10.1038/s41593-024-01772-7.

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