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24 de março de 2025 (Bibliomed). Pesquisadores dos Estados Unidos e da Itália descobriram que a cafeína pode interferir nos efeitos do álcool no cérebro, bloqueando a produção de dopamina, o químico relacionado à sensação de prazer. O estudo, realizado em ratos, analisou como a cafeína impacta a via mesolímbica da dopamina, um sistema cerebral crucial para a recompensa e que está ligado à dependência alcoólica.
Os cientistas observaram que a cafeína bloqueia a conversão do álcool em salsolinol, substância responsável por estimular a liberação de dopamina. Isso torna o consumo de álcool menos prazeroso, reduzindo o desejo de continuar bebendo. Além disso, a cafeína parece interferir diretamente em como o cérebro responde ao salsolinol e a outras substâncias viciantes, como a morfina.
Curiosamente, a cafeína age de maneira semelhante a um medicamento já aprovado pela FDA para tratar o alcoolismo, o naltrexone, que também bloqueia a transmissão de dopamina na via mesolímbica. Isso sugere que a cafeína poderia ser uma alternativa promissora no desenvolvimento de novos tratamentos para a dependência de álcool.
No entanto, os pesquisadores alertam que ainda há um longo caminho a percorrer. Os testes iniciais foram feitos apenas em ratos machos, e estudos adicionais em outros animais e em humanos são necessários para confirmar os resultados.
Os próximos passos incluem investigar como a cafeína age em indivíduos já dependentes do álcool e explorar possíveis aplicações terapêuticas dessa descoberta no tratamento da dependência.
Fonte: Translational Psychiatry. DOI: 10.1038/s41398-024-03112-6.
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