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Antidepressivos Promovem Crescimento de Neurônios em Ratos

NOVA YORK (Reuters Health) - Uma nova pesquisa pode ajudar a explicar, pelo menos em partes, como os antidepressivos agem.

Em um estudo conduzido em ratos, o uso regular de antidepressivos promoveu o crescimento de novas células no hipocampo, uma área do cérebro onde as células são conhecidas por se deteriorar em pessoas que estão deprimidas. O hipocampo desempenha um papel no aprendizado, na memória e no humor.

Diversos tipos de medicamentos tratam sintomas de depressão, mas o modo exato como essas drogas agem continua sendo um mistério, de acordo com o principal autor do estudo, Ronald S. Duman, da Universidade de Yale, em New Haven, Connecticut.

Em entrevista à Reuters Health, Duman alertou que ainda é muito cedo para saber se o crescimento de novos neurônios é a ação principal dos antidepressivos. Mas, segundo Duman, "essa é uma parte da história".

Pesquisas anteriores demonstraram que a depressão e o estresse -- físico e psicológico -- podem destruir neurônios e impedir o crescimento de novas células no hipocampo.

Duman e sua equipe deram os antidepressivos tranilcipromina, fluoxetina e reboxetina a ratos. Cada droga representa uma classe diferente de antidepressivo.

Os pesquisadores também trataram os ratos com terapia eletroconvulsiva e uma droga antipsicótica.

Em ratos tratados com um antidepressivo por duas a quatro semanas, o número de neurônios no hipocampo cresceu de 20 a 40 por cento, afirmaram os cientistas na edição de 15 de dezembro do Journal of Neuroscience.

Após duas a quatro semanas de terapia eletroconvulsiva, o tratamento mais eficaz para casos de depressão difíceis de tratar, o número de neurônios aumentou em cerca de 50 por cento.

O estudo indica que é necessário um tempo para que os benefícios dos antidepressivos no crescimento de neurônios comecem a acontecer.

O número de neurônios não aumentou em ratos que foram tratados com um antidepressivo por um a cinco dias. A droga antipsicótica não teve nenhum efeito nos neurônios do hipocampo.

As drogas antidepressivas podem fornecer outros benefícios além de promover o crescimento de neurônios no hipocampo, mas Duman e sua equipe pretendem analisar mais detalhadamente esse processo.

"Estamos nos concentrando em como os antidepressivos fazem isso", disse Duman. Segundo Duman, caso os cientistas consigam entender como as drogas promovem o crescimento células, poderão desenvolver novas drogas capazes de desempenhar um papel ainda melhor.

Sinopse preparada por Reuters Health

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