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Por Maggie Fox, correspondente de Saúde e Ciência
WASHINGTON (Reuters) - Pesquisadores anunciaram na segunda-feira que conseguiram transformar células da medula óssea em células nervosas e esperam usá-las para tratar desde paralisia até doença de Alzheimer.
Os resultados do trabalho, realizado na Universidade de Medicina e Odontologia de Nova Jersey, foi publicado no Journal of Neuroscience Research.
Os pesquisadores informaram que desenvolveram uma cultura que faz células-tronco se transformarem em células nervosas "rapidamente". "Como as células crescem vertiginosamente em cultura temos um suprimento virtualmente ilimitado", disse Ira Black, chefe do departamento de neurociências da universidade.
As células-tronco têm sido objeto de intensos estudos por cientistas que esperam poder usá-las na produção de tecidos e talvez até na demanda de órgãos, se puderem descobrir como dirigir seu crescimento.
A equipe de Black trabalhou com células-tronco encontradas na medula óssea que fazem crescer o osso, músculo, gordura e alguns outros tipos de células.
Conforme a equipe, o trabalho começou com células-tronco de rato crescidas em laboratório e as descobertas foram confirmadas com células-tronco humanas.
Segundo Black, o segredo é o meio usado para manter e fazer as células crescerem em laboratório. Ele disse que usam uma combinação de ingredientes incluindo antioxidantes que têm se mostrado úteis para manter os neurônios vivos e crescendo e fatores de crescimento como Fator de Crescimento Fibroblast (FGF, sigla em inglês para fibroblast growth factor).
"Agora temos um meio otimizado que resulta na conversão de 80 por cento das células em neurônios, o que nesta área é astronomicamente alto", explicou Black.
Agora, os pesquisadores estão testando quais células podem fazer e transplantando células em ratos. "Começamos com ratos normais para responder algumas perguntas simples como se as vão células sobreviver em várias áreas do cérebro e da espinha dorsal. A resposta é sim, elas vão", disse Black.
Os próximos testes serão feitos com células em animais com doença de Alzheimer, derrame, Parkinson e danos na espinha dorsal. Outros estudos sugeriram que células danificadas liberam chamados químicos de ajuda que as células tronco podem responder.
Segundo Black, é possível fazer essas células crescerem, injetá-las na espinha dorsal ou cérebro danificados e assisti-las trabalhar e reparar o local danificado. É como se os cientistas dessem uma pequena ajuda às células-tronco.
"Provavelmente a terapia recente, que ninguém pode descrever ainda, pode ser uma combinação do uso de células, fatores de estímulo e a inibição de fatores antagônicos", explicou o pesquisador, que também trabalha no Robert Wood Johnson Medical School da Rutgers University. Ele informou que a universidade pediu a patente do meio especial germinativo.
A Fundação Christopher Reeve de Paralisia, apoiou financeiramente o estudo junto com o Instituto Nacional de Saúde e deu boas-vindas às descobertas.
Christopher Reeve, conhecido mundialmente por interpretar o papel de super-homem no cinema ficou paralítico depois de um acidente e, recentemente, disse ao Congresso que tem esperanças que as pesquisas com células-tronco possam curá-lo.
Sinopse preparada por Reuters Health
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