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Brasil: Esteróides Anabolizantes X Corpo Saudável

São Paulo, 13 de Dezembro de 2000(eHLA). Quem acredita que um corpo musculoso é sempre sinal de vida saudável, engana-se. O uso indiscriminado de anabolizantes compromete a saúde, e causa disfunções como: voz fina, desenvolvimento dos seios e queda de cabelos nos homens, alem do aparecimento de pêlos e o engrossamento da voz nas mulheres. Não há estatísticas sobre o consumo de anabolizantes no Brasil. Uma pesquisa realizada em 1992 em academias do Reino Unido e publicada no Journal of Sports Medicine revelou que 9,1 por cento dos homens inquiridos usavam anabolizantes contra 2,3 por cento das mulheres. Dos entrevistados, apenas 28 por cento eram atletas de competição. O mesmo levantamento identificou casos de drogas sendo administradas em doses até 34 vezes superiores às terapêuticas.

“Como são substâncias que imitam as características masculinas da testosterona, vários sintomas relacionadas a virilização podem surgir. Uma série de efeitos colaterais, tanto físicos como psicológicos, pode aparecer com o uso indiscriminado de esteróides”, explica a endocrinologista Maria Lúcia Fleiuss de Farias, coordenadora do curso de pós-graduação em endocrinologia da UFRJ.

Uso Médico

O uso médico dos anabolizantes é aconselhável no combate de alguns tipos de câncer, anemia, osteoporose e hipogonadismo, doença que faz o homem produzir testosterona em baixa quantidade. Os esteróides são substâncias sintéticas que reproduzem as características da testosterona, um hormônio sexual masculino. Seu efeito anabólico está ligado à retenção das proteínas dos alimentos e é o que contribui para o aumento dos músculos quando estimulados por exercícios físicos.

Embora os esteróides não melhorem a habilidade, agilidade ou capacidade cardiovascular, o aumento da massa muscular, da força e da resistência pode ajudar na performance atlética. Por isso, o uso de anabolizantes é considerado doping, proibido por entidades esportivas de todo o mundo.

“O problema não está relacionado unicamente aos atletas. O consumo dessas substâncias é cada vez maior entre pessoas que objetivam apenas modificar a aparência física”, alerta a médica. Segundo os especilaistas, infartos cardíacos, trombose cerebral, hemorragia hepática, sangramento de varizes do esôfago, miocardiopatia, metástases de tumores da próstata e do fígado são algumas das moléstias e complicações que podem resultar do uso dessas drogas.

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