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Surto de Asma em Fábrica de Detergente Levanta Preocupações

Por Keith Mulvihill

NOVA YORK (Reuters Health) - Trabalhadores expostos a pó de detergente correm maior risco de ter asma, um problema que não deveria existir mais por causa das mudanças introduzidas no processo de produção na década de 60. Agora, um surto de asma em uma fábrica de detergentes na Inglaterra despertou a suspeita de que trabalhadores de todo o mundo ainda podem estar correndo perigo.

Em um estudo com 350 trabalhadores da fábrica de detergente, 50 sofriam de asma -- uma taxa alarmante, que não é verificada em fábricas há mais de 30 anos. Foi justamente para evitar a doença que as enzimas usadas em detergentes passaram a ter um revestimento de borracha.

Pesquisadores britânicos constataram que os trabalhadores eram hipersensíveis às enzimas, mesmo elas estando encapsuladas em um fino envoltório de borracha. Tudo indica que o maquinário da fábrica provocou o rompimento de algumas cápsulas, expondo os trabalhadores à substância.

"A pesquisa identificou uma taxa muito alta de sensibilização relacionada à enzima e asma naquela fábrica", informou a equipe chefiada por Paul Cullinan, do Imperial College School of Medicine, em Londres. O trabalho foi publicado na edição de 2 de dezembro da revista Lancet.

"Geralmente, considera-se que a encapsulação da enzima elimina o risco de asma ocupacional na indústria de detergentes. Esses resultados, de uma fábrica que usa exclusivamente enzimas encapsuladas, indicaram que essa afirmação não é necessariamente correta", acrescentaram os autores.

"A indústria de detergente está se expandindo em todo o mundo, especialmente no terceiro mundo, e sem monitoramento adequado da qualidade do ar e da saúde dos trabalhadores esse tipo de problema poderá aparecer com frequência", disse um dos autores do estudo, Anthony J. Newman, em entrevista à Reuters Health.

Para evitar tais surtos, a encapsulação não é suficiente. Os fabricantes precisam monitorar continuamente a qualidade do ar nas fábricas, a saúde dos trabalhadores e a potência das enzimas usadas para fazer detergentes, explicou Newman Taylor.

Sinopse preparada por Reuters Health

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