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26 de agosto de 2024 (Bibliomed). Os centros de atendimento a envenenamento dos Estados Unidos estão registrando um aumento significativo de casos de intoxicação por cannabis sintética. De acordo com os dados, entre 2021 e 2022, houve um aumento de 88% nos registros.
A cannabis sintética contém formas variadas do ingrediente ativo da maconha, o tetrahidrocanabinol (THC): delta-8 THC, delta-10 THC e acetato de THC-O, sendo proibidos ou regulamentados em 14 estados norte-americanos mas, mesmo assim, as pessoas podem comprá-los online. Em outros estados eles podem ser facilmente encontrados em locais como postos de gasolina e pequenas lojas de conveniência.
De acordo com pesquisadores do Nationwide Children's Hospital, nos Estados Unidos, os usuários muitas vezes desconsideram a ameaça desses produtos à saúde, apelidando-os de "erva diet" ou "produtos de cânhamo" (planta da família da cannabis). Eles explicam que muitas pessoas não percebem o quão tóxicos estes produtos podem ser, especialmente para crianças pequenas. Uma em cada quatro crianças precisou ser hospitalizada após a exposição.
Os pesquisadores analisaram os dados de 2021-2022 do National Poison Data System (NPDS), e levantaram um total de 1.746 ligações sobre maconha sintética recebidas por centros anti-envenenamento em 2021, número quase duplicado para 3.276 em 2022.
Quase um terço das chamadas (31%) envolveu crianças com 5 anos ou menos, e esta faixa etária compreendeu mais de metade (58%) de todos os casos em que a pessoa estava tão doente que foi internada numa unidade de cuidados intensivos de um hospital. Um quarto de todas as chamadas relacionadas com a cannabis sintética para centros de intoxicação envolveram crianças entre os 6 e os 19 anos, e 40% envolveram adultos entre os 20 e os 59 anos. Na grande maioria dos casos, as ligações aconteceram depois que alguém usou maconha sintética em casa.
De acordo com o estudo, os efeitos clínicos mais comuns foram depressão leve do sistema nervoso central (quando os sinais do cérebro e da medula espinhal diminuem) em 25% dos pacientes, taquicardia em 23% e agitação em 16%. Depressão, confusão, alucinações, delírios e distúrbios motores também foram frequentemente citados. Em 16% dos casos, estes tipos de sintomas eram tão graves que a pessoa necessitava de cuidados hospitalares.
Fonte: Clinical Toxicology. DOI: 10.1080/15563650.2024.2340115.
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