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Cabecear bola durante jogos de futebol pode prejudicar função cerebral

23 de fevereiro de 2024 (Bibliomed). Jogadores que frequentemente cabeceiam a bola durante partidas de futebol podem sofrer um declínio mensurável da função cerebral, indica estudo da Universidade de Columbia, nos Estados unidos.

O estudo envolveu 148 jogadores de futebol amador com idade média de 27 anos. Desse grupo, 38 participantes (26%) eram do sexo feminino. Os pesquisadores desenvolveram um questionário especializado para os jogadores determinarem com que frequência eles acertam a bola de futebol com a cabeça. Com base nas respostas, a exposição a títulos foi categorizada como baixa, moderada ou alta durante o período de dois anos.

Os jogadores foram avaliados quanto ao aprendizado verbal e à memória e foram submetidos a imagens por tensor de difusão, uma técnica de ressonância magnética, no momento da inscrição e dois anos depois. Essa técnica caracteriza a microestrutura do cérebro rastreando o movimento microscópico das moléculas de água através do tecido, de acordo com um comunicado à imprensa.

A análise revelou que altos níveis de cabeceamento durante o período de dois anos estavam ligados a mudanças na microestrutura cerebral, semelhantes às descobertas observadas em lesões cerebrais traumáticas leves. Altos níveis de cabeçadas também foram associados a um declínio no desempenho da aprendizagem verbal.

Em um segundo estudo, os pesquisadores analisaram o cabeceamento durante 12 meses antes da técnica de ressonância magnética e do teste de desempenho de aprendizagem verbal em 353 jogadores de futebol amadores, com idades entre 18 e 53 anos, dos quais 27% eram mulheres.

Ao contrário da pesquisa que se concentrou nas regiões profundas da substância branca, este estudo empregou uma nova técnica para avaliar a integridade da interface entre a substância cinzenta e branca do cérebro, mais próxima do crânio.

Os pesquisadores descobriram que a interface normalmente nítida entre substância cinzenta e substância branca foi embotada em proporção à alta exposição repetitiva ao impacto na cabeça. Os estudos mostraram que mais golpes de cabeça na bola de futebol resultavam em maior número de alterações na substância branca situada no lobo frontal do cérebro. Isto poderia ter um efeito negativo na memória no futuro.

Fonte: 2023 Radiological Society of North America's Annual Meeting.

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