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Brincar com bonecas pode beneficiar crianças com traços neurodivergentes

12 de janeiro de 2024 (Bibliomed). Um estudo realizado por neurocientistas da Universidade de Cardiff revelou que brincar com bonecas pode ser benéfico para o desenvolvimento de crianças, incluindo aquelas que apresentam traços neurodivergentes frequentemente associados ao autismo. Os pesquisadores monitoraram a atividade cerebral de 57 crianças com idades entre 4 e 8 anos, com diferentes níveis de traços autistas, como parte de um estudo de longo prazo.

O estudo utilizou equipamentos de espectroscopia funcional de infravermelho para investigar a atividade cerebral enquanto as crianças brincavam com bonecas e tablets, tanto sozinhas quanto com outras pessoas.

Os resultados mostraram que brincar com bonecas, seja de forma solitária ou em grupo, está relacionado com a atividade cerebral associada ao processamento social, independentemente dos níveis de traços autistas das crianças. Isso sugere que o brincar com bonecas pode ser uma ferramenta para praticar cenários sociais e desenvolver habilidades sociais, como a empatia, mesmo para crianças com traços neurodivergentes.

Este estudo também replicou as condições de pesquisas anteriores e descobriu que brincar com bonecas ativou regiões cerebrais envolvidas no processamento de informações sociais, como a empatia. Isso indica que a brincadeira com bonecas pode permitir que as crianças pratiquem e aprimorem suas habilidades sociais, mesmo quando estão brincando sozinhas.

Os resultados sugerem que brincar com bonecas pode apoiar o desenvolvimento social de crianças, independentemente de seu perfil neurodesenvolvimental, embora possa ocorrer de maneiras diferentes.

O estudo destaca a importância de reconhecer e valorizar a neurodiversidade, adaptando as abordagens de desenvolvimento social para todas as crianças. Além disso, é a primeira vez que teorias sobre brincadeiras com bonecas são confirmadas por meio de imagens cerebrais e neurociência.

Os resultados deste estudo foram publicados na European Journal of Neuroscience em setembro de 2023 e têm o potencial de influenciar o desenvolvimento de intervenções terapêuticas para crianças com traços neurodivergentes.

Fonte: European Journal of Neuroscience. DOI: 10.1111/ejn.16144.

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