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Por Patricia Reaney
LONDRES (Reuters) - Uma nova vacina que protege macacos contra o vírus Ebola pode levar ao desenvolvimento de uma vacina similar para humanos, afirmaram cientistas na quarta-feira.
A infecção com o Ebola é uma doença grave que causa febre alta, sangramento interno massivo e morte, normalmente entre o dia sete e 21 da infecção. Ela se manifesta rápida e subitamente, matando 90 por cento de suas vítimas. Centenas de pessoas morreram em surtos recentes.
Uma equipe de cientistas, liderada por pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), dos Estados Unidos, vacinaram quatro macacos contra o que seria uma dose letal do vírus, com bons resultados.
"Não sabemos se esse modelo reproduz perfeitamente o que acontece em humanos. Continua sendo uma pergunta em aberto o fato de se essa estratégia de vacina será bem sucedida em humanos", disse Gary Nabel, do Centro de Pesquisa de Vacina Dale e Betty Bumpers, dos NIH.
"Ela servirá como um modelo para nos dar a informação científica que precisamos para aprender como desenvolver a vacina", acrescentou Nabel.
De acordo com o estudo, publicado na revista Nature, a vacina usa cepas de DNA contendo genes do vírus Ebola, que codificam proteínas para induzir uma resposta imunológica. Os cientistas também reforçaram esta resposta incluindo uma cepa enfraquecida de um vírus diferente na vacina.
A vacina testada nos macacos incluía genes que codificam proteínas das três cepas fatais conhecidas do vírus -- Zaire, Sudão e Costa do Marfim.
Nabel e sua equipe afirmaram que quatro macacos vacinados estavam protegidos contra o vírus, e ainda estavam livres de infecção após seis meses.
"O tempo irá dizer se esta é uma vacina que é bem sucedida em pessoas. Os resultados do estudo nos encorajam a continuar com esta vacina, como uma candidata a vacina em humanos", disse Nabel.
O vírus Ebola foi identificado pela primeira vez em 1976. O vírus surgiu de uma fonte desconhecida, que cientistas suspeitam ser um animal, e provocou surtos no Sudão e no Zaire. Surtos isolados ocorreram deste então, o mais recente em Uganda, onde a cepa Sudão matou 129 pessoas até 24 de novembro.
Sinopse preparada por Reuters Health
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