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Crianças estão aprendendo, mesmo que não estejam prestando atenção

17 de novembro de 2023 (Bibliomed). Como se sabe, adultos conseguem focar sua atenção em uma tarefa atribuída, e não prestam atenção às informações que devem ignorar. As crianças, por outro lado, absorvem as informações secundárias que são instruídas a ignorar quando recebem a mesma tarefa. A informação é então codificada em seus cérebros.

Agora, em um novo estudo publicado no The Journal of Neuroscience, pesquisadores demonstraram que a aparente incapacidade das crianças de prestar atenção lhes permite superar os adultos, quando se trata de reter informações que foram instruídas a ignorar.

O estudo envolveu 24 adultos com idade média de 23 anos e 26 crianças com idade média de 8 anos. A equipe pediu aos participantes que observassem uma série de quatro ilustrações estáticas: uma abelha, um carro, uma cadeira e uma árvore. Cada imagem era acompanhada por um fundo de pontos cinzas movendo-se em uma das quatro direções: para cima, para baixo, para a esquerda e para a direita.

Em uma fase do estudo, os participantes foram instruídos a ignorar os pontos em movimento e apertar um botão quando um objeto – digamos, uma abelha – aparecia mais de uma vez. Em outra fase, eles foram solicitados a ignorar os objetos e apertar um botão quando a direção do movimento dos pontos fosse repetida.

Os participantes realizaram sua tarefa enquanto estavam em uma máquina de ressonância magnética no Toronto Neuroimaging Facility da Universidade de Toronto. À medida que realizavam a tarefa, a ressonância magnética mediu a atividade cerebral dos participantes, revelando como a atenção molda o que é representado nos cérebros dos participantes.

Descobriu-se que, diferentemente dos adultos, que priorizam as informações nas quais foram solicitados a focar, as crianças representam tanto o que foram solicitados a priorizar quanto o que foram solicitados a ignorar. Isso mostra que a atenção tem um impacto fundamentalmente diferente nas representações neurais das crianças.

Assim, o estudo sugere que cérebros das crianças são construídos para serem sensíveis a todas as informações, independentemente de serem relevantes ou não – e assim as crianças são mais sensíveis a mais informações: os cérebros das crianças podem armazenar informações de uma forma que os cérebros dos adultos não conseguem.

Fonte: The Journal of Neuroscience (2023). DOI: 10.1523/JNEUROSCI.0159-23.2023.

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