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Eutanásia é Prática Comum na Bélgica, Diz Estudo

NOVA YORK (Reuters Health) - A eutanásia, o suicídio assistido pelo médico e métodos menos explícitos de ajudar pacientes a morrer são comuns na Bélgica, de acordo com um novo estudo.

Na verdade, apesar da proibição da eutanásia no país, médicos belgas estão mais propensos dos que os profissionais da Holanda -- onde na terça-feira aprovou-se a legalização da eutanásia -- a fornecer doses letais de drogas a pacientes sem um pedido específico.

Com base em uma análise de 1.925 mortes na Bélgica em 1998, pesquisadores estimam que a eutanásia ou o suicídio assistido pelo médico estavam por trás de mais de 1 por cento das mortes relatadas naquele ano.

A eutanásia e o suicídio assistido pelo médico diferem no papel do médico: com a eutanásia, ele administra uma dose letal de drogas a pedido do paciente; com o suicídio assistido, o médico pode fornecer as drogas, mas não as administra.

Além disso, pesquisadores liderados por Luc Deliens, da Universidade Livre de Bruxelas, descobriram que, em cerca de 18 por cento das mortes, os pacientes receberam doses de analgésicos que potencialmente "poderiam interromper a vida".

Em 16 por cento dos casos, os médicos suspenderam tratamentos que poderiam prolongar a vida dos pacientes.

As descobertas foram publicadas na edição de 27 de novembro da revista The Lancet.

Deliens e sua equipe analisaram os atestados de óbito e enviaram questionários anônimos aos médicos que assinaram os atestados.

Os questionários revelaram que, em mais de 3 por cento das mortes, os pacientes receberam doses letais de drogas sem pedido explícito.

Deliens disse à Reuters Health que, normalmente, nesses casos, os pacientes terminais estão em coma ou incapacitados. Além disso, seus médicos provavelmente não discutiram com eles as opções de pôr fim à vida enquanto eles ainda podiam, segundo o pesquisador.

Em países como Holanda, onde a eutanásia foi legalizada nesta terça-feira, devem acontecer discussões mais abertas entre médicos e pacientes, de acordo com Deliens.

"A franqueza e a bondade em relação aos pacientes e suas famílias é a atitude mais valiosa em relação a pacientes terminais", disse o pesquisador.

Sinopse preparada por Reuters Health

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