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Cientistas Identificam Predecessor do HIV no Século 17

Por Ian Geoghegan

BRUXELAS (Reuters) - Um predecessor do HIV que matou milhões de pessoas pode ter estado entre humanos desde o século 17, de acordo com pesquisadores internacionais.

Utilizando novos métodos computadorizados com base nos dados genéticos do vírus, cientistas belgas afirmam ter rastreado uma ligação que data de 300 anos, entre o HIV e um vírus similar encontrado em chimpanzés.

"Usando este método, os pesquisadores descobriram que o grupo principal do HIV-1, e o seu vírus símio mais próximo, o SIV cpz, isolado em chimpanzés, compartilhavam um ancestral comum há cerca de 300 anos, por volta de 1675", afirmou a Universidade Católica, em Leuven, Bélgica, em um comunicado.

Anne-Mieke Vandamme disse à Reuters que o estudo confirmou que o grupo principal do HIV-1 -- o vírus da Aids mais comum atualmente -- começou a se espalhar entre humanos antes das décadas de 1920 e 1930.

"Entre o século 17 e o início do século 20, o vírus 'pulou' de chimpanzés para humanos", segundo os pesquisadores.

"As décadas de 1920 e 1930 são o momento em que os sub-tipos (de HIV) emergiram, o que significa que o vírus estava entre humanos e começou a se desenvolver", explicou Vandamme.

A origem do HIV, o vírus que causa a Aids, continua sendo um dos grandes mistérios médicos do século 21. Muitos aceitam que o vírus pulou a "barreira de espécies" de chimpanzés para humanos, mas ninguém sabe ao certo ainda como, ou quanto, isso aconteceu.

O estudo refuta a controversa teoria de que o HIV foi passado a humanos através de programas de vacinação contra pólio, na África, na década de 1950, com o uso de lotes de vacinas contaminadas com o vírus precursor, encontrado em chimpanzés.

As descobertas preliminares do estudo de Vandamme, que contou com a colaboração de pesquisadores alemães, irlandeses, franceses e senegaleses, foram apresentadas em setembro, durante um encontro especial da British Royal Society (Sociedade Real Britânica).

O estudo completo será publicado no início de dezembro na publicação de Federation of American Societies for Experimental Biology (Federação das Sociedades Americanas de Biologia Experimental).

De acordo com o Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 22 milhões de pessoas morreram de Aids nos últimos 20 anos. Mais de cinco milhões de pessoas serão infectadas este ano.

Sinopse preparada por Reuters Health

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