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Novo medicamento pode proteger cérebro após AVC

24 de julho de 2023 (Bibliomed). O uso de um medicamento "neuroprotetor" juntamente com a remoção cirúrgica padrão de um coágulo pode reduzir o risco de morte e incapacidade após um acidente vascular cerebral (AVC), segundo um novo estudo apresentado no International Stroke Conference 2023.

O novo medicamento, chamado ApTOLL, protege o tecido cerebral de danos contínuos ao resfriar a inflamação. Para o estudo, mais de 150 pessoas que tiveram um AVC isquêmico (idade média de 70 anos) foram tratadas em 15 hospitais na França e na Espanha entre julho de 2021 e abril de 2022. Os pacientes receberam 0,05 mg/kg de ApTOLL, 0,2 mg/kg de ApTOLL, ou um medicamento placebo.

Todos no estudo também foram submetidos à remoção mecânica de coágulos sanguíneos para restaurar o fluxo sanguíneo para o cérebro dentro de seis horas após o início dos sintomas do AVC. Os resultados mostraram que o risco de morrer de AVC foi quatro vezes menor entre as pessoas que receberam a dose mais alta do medicamento em comparação com as que receberam placebo.

Varreduras cerebrais mostraram que a área de tecido cerebral danificado foi reduzida em 40% entre aqueles que receberam a dose mais alta de ApTOLL dentro de 72 horas de tratamento, em comparação com o grupo placebo. No total, 64% das pessoas que receberam a dose mais alta de ApTOLL não mostraram sinais de incapacidade 90 dias após o AVC. Por outro lado, isso caiu para 47% entre as pessoas no grupo placebo.

Algumas pessoas também receberam ativador de plasminogênio tecidual (tPA) para ajudar a dissolver o coágulo sanguíneo no cérebro. Este medicamento é extremamente eficaz na prevenção de incapacidades duradouras, como paralisia ou problemas de fala após um AVC, mas somente se administrado dentro de 4,5 horas após o início do AVC e, quanto antes, melhor. O novo medicamento essencialmente faz uma pausa na cascata de danos, ampliando a janela na qual o tPA ou a cirurgia para remover o coágulo podem ser realizados.

Os pesquisadores receberam esses resultados com entusiasmo, ressaltando que pela primeira vez um medicamento estudado como neuroprotetor demonstrou não apenas um benefício biológico ao reduzir o volume do tecido cerebral danificado, mas também uma redução na incapacidade de longo prazo e no risco de morte. Contudo, eles ressaltam que são necessárias mais pesquisas antes que o ApTOLL esteja pronto para ser disponibilizado aos pacientes em larga escala.

Fonte: International Stroke Conference 2023.

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