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Dormir mal pode aumentar risco de glaucoma

30 de junho de 2023 (Bibliomed). Dormir mal pode estar associado a um maior risco de desenvolver glaucoma, uma condição ocular que pode causar cegueira. O estudo, realizado na Universidade de Sichuan, na China, baseou-se em um banco de dados de mais de 400.000 pessoas para explorar as ligações entre sono e perda de visão.

O glaucoma é marcado pela perda progressiva de células sensíveis à luz no olho e danos no nervo óptico. Se não for tratada, pode causar cegueira irreversível. Cerca de 112 milhões de pessoas em todo o mundo podem ser afetadas até 2040.

Para o novo estudo, os pesquisadores consideraram uma variedade de comportamentos de sono. Estes incluíam muito sono, bem como muito pouco, insônia e sonolência diurna, ser uma "coruja da noite" (pessoas que têm dificuldade em acordar cedo e realizar tarefas pela manhã) ou uma "cotovia matinal" (pessoa que têm mais disposição durante o dia, mas ficam cansados facilmente à noite), além de roncar.

Os pesquisadores usaram dados de mais de 409.000 participantes do Biobank do Reino Unido. O estudo considerou como duração normal do sono entre sete e nove horas. Os pesquisadores usaram registros médicos e dados de óbitos para rastrear a saúde e a expectativa de vida de todos os participantes até um primeiro diagnóstico de glaucoma, morte, emigração ou fim do monitoramento em 2021.

Durante um período médio de monitoramento de 10,5 anos, os pesquisadores identificaram 8.690 casos de glaucoma. A sonolência diurna frequente foi associada a um risco 20% maior para a doença. O risco aumentou 12% com insônia e 8% com curta ou longa duração do sono. O ronco foi associado a um risco 4% maior.

Em comparação com as pessoas que tinham um padrão de sono saudável, as pessoas que roncavam ou tinham sonolência diurna eram 10% mais propensas a ter glaucoma. Insônia e aqueles com um padrão de muito ou pouco sono eram 13% mais propensos a ter a condição. Comparados aos não diagnosticados com a doença, os participantes com glaucoma tendem a ser mais velhos e do sexo masculino, ter pressão alta ou diabetes e histórico de tabagismo em algum momento.

De acordo com os autores, é possível que o próprio glaucoma possa influenciar os padrões de sono e não o contrário. Eles também apontaram explicações biológicas plausíveis para a ligação: a pressão interna do olho, um fator chave no desenvolvimento do glaucoma, aumenta quando uma pessoa está deitada e quando os hormônios do sono estão fora de controle, como ocorre na insônia, explicaram. Depressão e ansiedade, que podem acompanhar a insônia, também podem aumentar a pressão ocular interna, possivelmente devido à produção desregulada de cortisol, assim como episódios repetitivos ou prolongados de baixo oxigênio, devido à apneia do sono (a parada repentina da respiração durante o sono), também podem danificar o nervo óptico.

Fonte: BMJ Open. DOI: 10.1136/bmjopen-2022-063676.

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