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Idosos solitários têm risco maior de morrer após cirurgias

03 de abril de 2023 (Bibliomed). Um novo estudo da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, mostrou que idosos solitários têm maior risco de morte dentro de 30 dias após uma cirurgia não eletiva.

Pesquisas atuais têm indicado que mais de 40% dos adultos mais velhos experimentara solidão regularmente, e essa tem sido associada a um risco aumentado de condições médicas, incluindo derrame, doença cardiovascular, demência e morte precoce.

O estudo envolveu uma análise retrospectiva dos dados do Health and Retirement Study, vinculados a reivindicações do Medicare de 2004 a 2016. Ele incluiu cerca de 4.400 pacientes do Medicare, com idade média de 75 anos, submetidos a cirurgia geral, plástica, vascular ou ginecológica.

A solidão foi calculada com base no autorrelato dos participantes em uma pesquisa padronizada perguntando sobre falta de companhia, sentimento de exclusão e sentimento de isolamento dos outros; e os pesquisadores analisaram a mortalidade em 30 dias após a cirurgia.

No geral, 36 de 3.830 pacientes, ou 0,9%, das pessoas no grupo que passou por cirurgia eletiva, e 46 de 623, ou 7,4%, no grupo de cirurgia não eletiva, morreram.

Segundo os pesquisadores, a solidão não foi associada à mortalidade em 30 dias entre pacientes submetidos a cirurgias eletivas. Mas entre os pacientes submetidos à cirurgia não eletiva, a solidão foi associada a um maior risco de morte em 30 dias: as chances de morte aumentaram em 76% para cada aumento de ponto incremental na pontuação de solidão autorrelatada da pesquisa padronizada.

O principal argumento é que a saúde emocional desempenha um papel importante no bem-estar geral do paciente e que podemos estar negligenciando sua importância nos resultados de saúde. De acordo com o estudo, a maioria dos participantes não tinha outros transtornos de saúde mental ou sintomas de depressão, a maioria era casada e vivia com ou perto de seus filhos, e a maioria era de classe média e não vivia na pobreza.

Para os pesquisadores, esses resultados ressaltam a necessidade de uma melhor intervenção e estratégias potenciais para acompanhamento pós-operatório mais próximo, pessoal ou remotamente, desses pacientes.

Fonte: JAMA Surgery. DOI: 10.1001/jamasurg.2022.4784.

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