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RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os endocrinologistas brasileiros estão preocupados em deter o aumento da obesidade no país. Para auxiliar nessa tarefa, confiam no avanço da pesquisa genética, que poderá ajudar a identificar e orientar as pessoas com predisposição à doença.
"A obesidade é uma doença letal e o Ministério da Saúde já considera a existência de uma epidemia no Brasil", disse à Reuters o presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Amélio Godoy de Matos.
Segundo o médico, a obesidade é um dos principais assuntos do 24o. Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia que começou no dia 18 e vai até 22 de novembro, no Rio de Janeiro. No Brasil, 30 por cento da população adulta feminina e 26 por cento dos homens adultos são obesos ou têm excesso de peso, segundo Matos. Considera-se obesa a pessoa que tem índice de massa corporal igual ou maior que 30, uma média entre a altura e o peso que pode ser calculada dividindo-se o peso (em quilos) pela altura (em metro) elevada ao quadrado.
Godoy disse que as novidades para tratar a obesidade vêm de estudos da resposta genética humana às mudanças ambientais.
A presença de determinadas variações genéticas entre as pessoas não determinariam a doença, mas seriam responsáveis pela resposta ao ambiente que cada pessoa apresentará.
A existência de receptores variantes para a cortisona, por exemplo, poderia favorecer a deposição de gordura abdominal a partir do estímulo do estresse sobre o eixo hipotálamo-hipófise-supra-renal, glândula produtora da cortisona.
"Provavelmente temos genes que nos defendiam da escassez de alimentos. Hoje, o ambiente mudou e os genes favorecem o aumento de peso", explicou o endocrinologista.
No congresso também estão sendo apresentadas as vantagens das técnicas de videolaparoscopia aplicadas a cirurgias de redução do estômago. Essas intervenções são indicadas para casos de obesidade severa ou quando o excesso de peso compromete diferentes aspectos da saúde da pessoa.
A videolaparoscopia torna o procedimento menos traumático por evitar o corte de músculos, reduzindo o risco para o paciente e o período de internação.
As mudanças hormonais específicas de cada faixa etária, com destaque especial para a chamada andropausa, também serão discutidas. "Sintomas atribuídos apenas à idade podem estar relacionados a casos de queda acentuada de hormônios e podem ser tratados com reposição hormonal", explica Godoy.
Segundo o especialista, os hormônios masculinos começam a diminuir a partir dos 35 ou 40 anos de idade, chegando a uma redução de um terço aos 70 anos. As manifestações variam desde cansaço, diminuição da força e densidade óssea até prejuízo do raciocínio e da libido.
Sinopse preparada por Reuters Health
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