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Ablação para tratar fibrilação atrial pode ser mais arriscada para mulheres

30 de janeiro de 2023 (Bibliomed). Embora exista um tratamento não medicamentoso comum chamado ablação para o distúrbio do ritmo cardíaco fibrilação atrial (a-fib), o procedimento pode ser mais problemático para as mulheres do que para os homens.

A fibrilação atrial é um tipo de arritmia cardíaca com características muito específicas que atinge 2 a 4% da população mundial, sendo mais comum quanto maior for a idade da pessoa. Nela, o coração tem os batimentos acelerados e irregulares.

Um novo estudo procurou entender melhor as diferenças no tratamento de homens e mulheres para fibrilação atrial. Para isso, os pesquisadores acompanharam cerca de 59.000 pacientes em um registro do American College of Cardiology. Os pacientes foram atendidos em um dos 150 locais dos EUA entre janeiro de 2016 e setembro de 2020. A intenção dos pesquisadores era analisar as diferenças com base no sexo nas complicações da ablação por cateter.

A ablação por cateter usa tecnologia de queima ou congelamento de energia por radiofrequência para inibir os sinais elétricos que desencadeiam a condição nas veias pulmonares. Na última década, à medida que os cardiologistas obtiveram mais compreensão das diferenças anatômicas nas mulheres (como tamanho), a segurança do procedimento melhorou. Por exemplo, muitos centros médicos agora usam ultrassom em vez de apenas sentir o pulso para colocar cateteres com mais precisão.

Para evitar a perfuração do coração, os cateteres agora também são projetados para permitir que os cardiologistas sintam quanta força está sendo usada na ablação. Os médicos também estão agora mais conscientes sobre as diferenças baseadas no sexo nas doses apropriadas de anticoagulantes para mulheres no momento do procedimento.

Ao analisar as taxas gerais de eventos adversos dos pacientes, as taxas de eventos adversos maiores e hospitalizações prolongadas, os pesquisadores descobriram que os homens tendiam a experimentar fibrilação persistente.

As mulheres, no entanto, tendiam a entrar e sair da fibrilação atrial, ao mesmo tempo em que apresentavam mais sintomas como palpitações cardíacas, dor no peito, fadiga e tontura. Elas eram, geralmente, mais velhas quando faziam o procedimento e tinham uma qualidade de vida significativamente menor. Eram, também, mais propensas a experimentar uma série de complicações após a ablação, incluindo derrame pericárdico, que acontece quando o coração é perfurado e o sangue se acumula ao redor dele, podendo ser fatal; e a experimentarem batimentos cardíacos lentos que exigiam um marca-passo permanente.

Nessas pacientes, o nervo frênico era mais propenso a ser lesado. Isso pode paralisar o diafragma, causando dificuldades respiratórias. As mulheres também eram mais propensas a ter lesão vascular e sangramento na área da virilha adjacente que também exigia cirurgia, e a ter mais acúmulo de líquido nos pulmões, o que pode causar falta de ar ou insuficiência cardíaca.

Fonte: Heart. DOI: 10.1136/heartjnl-2022-321192.

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