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Diabetes impacta número de mortes por infartos

28 de dezembro de 2022 (Bibliomed). Vários são os fatores que impactam o risco de infarto, incluindo glicose alta (hiperglicemia), obesidade, hipertensão, tabagismo e colesterol alto. Contudo, um novo estudo desenvolvido na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que a hiperglicemia foi o fator que mostrou uma associação mais forte com o infarto.

Os pesquisadores usaram fontes da dados governamentais registrados entre 2005 e 2017. Esses dados foram confrontados com informações de outros bancos de dados mundiais, e por métodos estatísticos, os pesquisadores determinaram o número de mortes atribuídos a cada fator de risco.

Os autores testaram diferentes tipos de variáveis, modelos estatísticos e métodos e o diabetes sempre estava associado à mortalidade por doenças cardiovasculares, com resultados perdurando por até uma década.

A mortalidade e a incidência de doenças cardiovasculares diminuíram 21% e 8%, respectivamente, entre 2005 e 2017 no Brasil. Além da redução do tabagismo, o maior acesso à saúde básica é listado como um dos responsáveis pela melhora nos índices. Essa observação levou em conta a questão da hipertensão, frequentemente associada a problemas cardíacos. No entanto, ela representou sete vezes menos mortes por doenças cardiovasculares do que a hiperglicemia. Uma das possibilidades é que o acesso ao sistema de saúde universal, com aumento na cobertura de atenção primária, tornou alta na população a taxa de controle da hipertensão.

A associação entre hiperglicemia e mortalidade por doença cardiovascular foi independente do nível socioeconômico e do acesso aos cuidados de saúde. Os pesquisadores inseriram covariáveis nos modelos analisados para contabilizar dados como renda familiar, benefício do Bolsa Família, produto interno bruto (PIB) per capita, número de médicos por habitantes e cobertura de atenção primária.

De acordo com os pesquisadores, esses resultados indicam a necessidade de políticas de educação nutricional, bem como de estratégias que obriguem as indústrias a reduzirem a quantidade de açúcar presente nos alimentos.

Fonte: PLOS ONE. DOI: 10.1371/journal.pone.0269549.

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