Notícias de saúde

Retrocesso na vacinação infantil global

03 de outubro de 2022 (Bibliomed). A vacinação infantil em todo o mundo continuou a diminuir em 2021, impulsionadas por uma infinidade de fatores, desde o COVID-19 até configurações desafiadoras de imunização, de acordo com uma declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

A porcentagem de crianças que receberam 3 doses da vacina contra difteria-tétano-coqueluche (DTP) – um marcador de cobertura de imunização dentro e entre países – caiu 5 pontos percentuais para 81% em 2021, de 86% em 2019, informou o comunicado. Estima-se que 25 milhões de crianças perderam 1 ou mais doses de DTP em 2021, 2 milhões a mais do que aquelas que perderam em 2020 e 6 milhões a mais do que em 2019.

A cobertura da primeira dose de sarampo caiu para 81% em 2021, o nível mais baixo desde 2008. Isso significa que 24,7 milhões de crianças perderam a primeira dose de sarampo em 2021 (5,3 milhões a mais do que em 2019) e 14,7 milhões não receberam a segunda dose necessária, a declaração relatada. Além disso, em comparação com 2019, mais 6,7 milhões de crianças perderam a terceira dose da vacina contra a poliomielite e 3,5 milhões perderam a primeira dose da vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV). Globalmente, a cobertura geral da primeira dose da vacina contra o HPV é de apenas 15%, de acordo com o comunicado.

Os fatores que impulsionam esses declínios, observou a declaração, incluem um número crescente de crianças que vivem em conflitos e ambientes onde o acesso à imunização é desafiador, aumento da desinformação e problemas relacionados ao COVID-19, como interrupções de serviços e cadeia de suprimentos e medidas de contenção que limitam os serviços de imunização.

“Este é um alerta vermelho para a saúde infantil”, disse Catherine Russell, diretora executiva do UNICEF, no comunicado. “A COVID-19 não é uma desculpa. Precisamos recuperar a imunização dos milhões desaparecidos ou inevitavelmente testemunharemos mais surtos, mais crianças doentes e maior pressão sobre os sistemas de saúde já sobrecarregados”.

Fonte: JAMA. DOI: 10.1001/jama.2022.14708.