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21 de março de 2022 (Bibliomed). Cidades brasileiras onde a maior parte da população votou em Jair Bolsonaro nas eleições de 2018 registraram maior taxa de mortalidade por COVID-19 em comparação com aquelas onde a maior parte da população votou em outros candidatos. É o que mostrou um estudo publicado na revista The Lancet.
Para o estudo, os pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade de Brasília (UnB) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), analisaram dados de 5.570 municípios brasileiros, entre fevereiro de 2020 e junho de 2021. As cidades apresentavam similaridades entre desigualdade de renda e características dos serviços de saúde.
Os resultados mostraram que em municípios com alto índice de desenvolvimento humano (IGDH) onde a maioria da população votou em Bolsonaro, a taxa de mortalidade era quase duas vezes maior do que em cidades com IDH semelhante que não elegeram o atual presidente.
Nas regiões Sul e Sudeste, municípios com maioria da população a favor de Bolsonaro tiveram taxas de mortalidade superiores às de cidades do Nordeste com perfil semelhante, mas que não apoiaram o presidente nas últimas eleições.
Para os pesquisadores, enquanto a primeira onda de COVID-19 foi moldada pela vulnerabilidade relacionada à desigualdade de renda e infraestrutura de saúde, os resultados da segunda onda foram diretamente relacionados à escolha partidária predominante naquela região. Segundo eles, a postura do governo federal em não apoiar as medidas de prevenção, como distanciamento social e uso de máscara, além da postura do presidente em promover tratamento precoce com medicamentos comprovadamente ineficazes, impulsionou o comportamento de risco de pessoas alinhadas ao pensamento do presidente Bolsonaro.
Fonte: The Lancet. DOI: 10.1016/j.lana.2022.100221.
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