Notícias de saúde

Aborto legal é mais seguro que gravidez indesejada

10 de dezembro de 2021 (Bibliomed). Há um debate acalorado sobre o acesso ao aborto, mas os especialistas dizem que as evidências médicas coletadas deixam uma coisa clara: realizado por um profissional competente e em ambiente hospitalar, é um procedimento fundamentalmente seguro para as mulheres.

Segundo a professora de obstetrícia e ginecologia da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, Dra. Sarah Prager, o aborto realizado em condições adequadas é mais seguro do que procedimentos comuns, como colonoscopia, amigdalectomia, cirurgia plástica ou o próprio parto.

Além disso, estudos realizados nos Estados Unidos mostraram que as mulheres que fazem aborto legal não sofrem com problemas duradouros de saúde mental ou físicos. Dra. Prager ainda ressalta que o aborto, quando realizado adequadamente, não aumenta risco futuro de infertilidade, gravides ectópica, abortos espontâneos futuros, defeitos congênitos ou parto prematuro.

Nos Estados Unidos, a taxa de mortalidade associada ao aborto legal é de cerca de 0,7 mortes para cada 100.000 procedimentos. Em comparação, a taxa de mortalidade no parto é de cerca de 9 mortes para cada 100.000 partos. As taxas de mortalidade para outros procedimentos médicos incluem: colonoscopia, 3 mortes para cada 100.000 procedimentos; cirurgia plástica, 1 a 2 mortes por 100.000 procedimentos; e amigdalectomia, 3 a 6 mortes para cada 100.000 procedimentos.

Além dos problemas de saúde mental, as mulheres com aborto negado tinham taxas mais altas de hipertensão arterial durante a gestação, dores na articulação e enxaquecas, além de maior risco de morte.

As mulheres que tiveram o aborto negado também enfrentam mais dificuldades econômicas do que aquelas que conseguem um aborto desejado, se tornando mais propensas a cair na pobreza e a criar os filhos sozinhas;

Fonte: The Guttmacher Institute. November 24, 2021.