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Medicamento para esclerose múltipla pode ajudar no tratamento da colite

13 de outubro de 2021 (Bibliomed). Um medicamento previamente aprovado para esclerose múltipla também pode tratar doenças inflamatórias intestinais em alguns pacientes, relata um novo ensaio clínico do Feinstein IBD Center do Hospital Mount Sinai, nos Estados Unidos.

O medicamento, ozanimod provou ser eficaz em ajudar pacientes com colite ulcerosa, levando muitos à remissão total. A colite ulcerativa é um tipo de doença inflamatória intestinal (DII), na qual o sistema imunológico promove a inflamação que cria úlceras no revestimento interno do intestino grosso.

O ozanimod pertence a uma classe de drogas denominada esfingosina-1-fosfato, ou S1P, moduladores do receptor. A droga oral funciona bloqueando os linfócitos, que são células do sistema imunológico produzidas pelos gânglios linfáticos que promovem a inflamação.

No ensaio clínico, cerca de 37% dos pacientes que responderam ao ozanimod tiveram remissão completa de seus sintomas, em comparação com 18,5% dos que receberam um placebo.

O ensaio clínico consistiu em duas fases - uma fase de indução com mais de 1.000 pacientes em que aqueles que não responderam ao ozanimod foram eliminados e, em seguida, uma fase de manutenção para ver como o medicamento funcionou a longo prazo. Os pacientes que responderam ao ozanimod na fase de indução foram selecionados aleatoriamente para continuar recebendo o medicamento ou receberam um placebo.

Durante o período de indução de 10 semanas, cerca de 48% dos pacientes responderam ao ozanimod. Destes, 18% entraram em remissão completa durante a indução, em comparação com 6% do grupo de placebo. Mais de 450 pacientes procederam à manutenção, que durou o resto de um período de 52 semanas.

Ao final da manutenção, 60% dos pacientes ainda tinham benefício clínico com o ozanimod, em comparação com 41% dos pacientes que melhoraram com o tratamento com placebo. Quase o dobro dos que tomaram ozanimod entraram em remissão completa em comparação com aqueles que tomaram placebo.

O medicamento teve um impacto substancial na cicatrização da mucosa - cicatrização que ocorre no revestimento do trato digestivo, a tal ponto que úlceras e inflamações não podem ser vistas durante uma colonoscopia: cerca de 30% dos pacientes com ozanimod na fase de manutenção alcançaram a cura da mucosa, em comparação com 14% daqueles que receberam placebo.

Os autores explicam que a cura da mucosa está relacionada a resultados melhores em longo prazo para os pacientes. Contudo, eles destacam que é preciso cuidado na indicação do medicamento, uma vez que entre os possíveis efeitos colaterais está a redução dos batimentos cardíaco e edema macular, uma doença ocular que, se não tratada, pode resultar na perda da visão.

Fonte: New England Journal of Medicine. DOI: 10.1056/NEJMoa2033617.

Copyright © 2021 Bibliomed, Inc.

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