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Tromboses, coágulos e as vacinas: o que está acontecendo?

20 de abril de 2021 (Bibliomed). Cerca de 7,4 milhões de norte-americanos receberam a vacina Johnson & Johnson e, até agora, apenas oito casos do problema de coagulação foram relatados, sete deles em mulheres. Na Europa, Grã-Bretanha e três outros países, de 34 milhões de pessoas que receberam a vacina Oxford-AstraZeneca, 222 casos foram relatados, principalmente em mulheres com menos de 60 anos. Vários países limitaram o uso do imunizante da Oxford-AstraZeneca a adultos mais velhos porque muitos casos envolveram pessoas mais jovens.

Os pesquisadores suspeitam que, nesses casos raros, a vacina causa uma reação intensa do sistema imunológico do paciente, que produz anticorpos que ativam as plaquetas, que são células do sangue necessárias para a coagulação. O resultado é uma síndrome incomum, com extensa coagulação que deixa o paciente com baixos níveis de plaquetas e tendência a sangrar ao mesmo tempo. Não se sabe por que isso ocorre em algumas pessoas, muitas delas mulheres mais jovens. Especialistas dizem que até agora não conseguiram identificar características ou condições subjacentes que podem tornar algumas pessoas suscetíveis.

Em um comunicado divulgado na semana passada, a Johnson & Johnson disse      que “a segurança e o bem-estar das pessoas que usam nossos produtos são nossa prioridade número um, e apoiamos fortemente a conscientização dos sinais e sintomas deste evento extremamente raro para garantir que diagnóstico correto, tratamento adequado e notificação rápida por profissionais de saúde. Continuamos a acreditar no perfil de risco-benefício positivo de nossa vacina”.

Tanto a vacina de Oxford-AstraZeneca como a vacina da Johnson & Johnson usam os chamados “vetores de adenovírus” Covid-19, o que poderiam estar relacionadas à ocorrência de trombocitopenia trombótica (o quadro de tromboses com baixa no número de plaquetas), como foi observado nos pacientes em quem o problema ocorreu.

Mas, segundo a Johnson & Johnson, os vetores e inserções de proteína spike (S) usados na vacina Oxford-AstraZeneca e na vacina sua própria vacina são substancialmente diferentes. A vacina Johnson & Johnson usa um vetor baseado em seres humanos, enquanto a vacina Oxford-AstraZeneca usa um vetor baseado em adenovírus de chimpanzé. Portanto, essas duas vacinas de vetor adenoviral Covid-19 podem ter efeitos biológicos bastante diferentes. No entendo, mais evidências são necessárias para esclarecer a observação de trombocitopenia trombótica em pessoas que receberam uma vacina contra Covid-19.

Como observação, este tipo de problema de formação de coágulos não foi observado nas vacinas com vírus inativado, como a Coronavac, e nem vacinas que não usam vetores adenovirais, como as vacinas da Pfizer (que será introduzida brevemente no Brasil) e da Moderna (está ainda não está prevista para uso no Brasil).

Fonte: The New York Times, April 16, 2021.The New England Journal of Medicine. April 16, 2021. DOI: 10.1056/NEJMc2106075.

Copyright © 2021 Bibliomed, Inc.

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