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É possível contrair COVID-19 em casa e no trabalho

19 de novembro de 2020 (Bibliomed). Desde o surgimento do novo coronavírus (SARS-CoV-2), o mundo tema adotado uma série de medidas de higiene e segurança a fim de conter sua propagação. Além das medidas individuais, como uso de máscara, lavagem ou desinfecção das mãos com álcool e distanciamento físico, empresas e órgão públicos têm adotado novas práticas de higiene que incluem limpeza constante de superfícies e, em alguns lugares, até "canais de desinfecção de corpo inteiro", que são uma espécie de cabine na qual a pessoa entra e recebe uma nuvem de desinfetante.

Contudo, pesquisadores da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, explicam que, apesar de ser reconfortantes para o público, porque parecem mostrar que as autoridades locais estão empenhadas na luta contra o COVID-19, tais medidas podem não fazer sentido prático do ponto de vista do controle das infecções. Isso porque o vírus é emitido por meio de atividades que espalham gotículas respiratórias - falar, respirar, gritar, tossir, cantar e espirrar, e sprays desinfetantes geralmente são feitos de produtos químicos tóxicos que podem afetar significativamente a qualidade do ar interno e a saúde humana.

Uma série de doenças respiratórias, incluindo o resfriado comum e a gripe, são causadas por germes que podem se espalhar de superfícies contaminadas. Portanto, quando o surto do novo coronavírus emergiu no inverno passado na China, parecia lógico supor que esses chamados fômites eram o principal meio de disseminação do patógeno.

Estudos sugeriram que o vírus parecia sobreviver em algumas superfícies, incluindo plástico e aço, por até três dias. Estudos posteriores mostraram que muito disso provavelmente eram fragmentos mortos do vírus que não são infecciosos. A Organização Mundial da Saúde também enfatizou a transmissão de superfície como um risco e disse que a disseminação pelo ar era uma preocupação apenas para profissionais de saúde em certos procedimentos médicos que produzem aerossóis.  Isso gerou um sentimento de medo de tocar em qualquer superfície, mesmo estudos posteriores mostrando que as superfícies não são a principal forma de propagação do vírus, mas sim as gotículas respiratórias infecciosas.

Mas a evidência científica estava crescendo de que o vírus poderia permanecer no ar por horas em pequenas gotículas no ar estagnado, infectando as pessoas enquanto elas inalavam - especialmente em espaços fechados lotados com pouca ventilação, como escritórios e casas.

Hoje sabe-se que em locais fechados com pouca ventilação, como restaurantes, boates, escritórios e locais de culto são os principais ambientes de risco. Alguns especialistas dizem estar especialmente preocupados com a possibilidade de as gotículas do coronavírus se espalharem pelas aberturas de ventilação dos escritórios, que estão lotados porque a cidade ainda não desenvolveu uma cultura robusta de trabalho remoto. Eles destacam que as pessoas retiram as máscaras quando retornam à sua mesa, porque presumem que aquele é seu espaço privado, mas, o ar que se respira é basicamente comunitário, e por isso, o risco continua alto.

Fonte: The New York Times. November 19, 2020.

Copyright © 2020 Bibliomed, Inc.

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