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Eficácia e política afetam adesão à vacina contra COVID-19

23 de outubro de 2020 (Bibliomed). A disposição do público em receber uma injeção destinada a prevenir a infecção pelo novo coronavírus é influenciada pelas características da vacina, bem como pela política em torno do seu desenvolvimento, apontam os dados de uma pesquisa publicada no JAMA Network Open.

O Food and Drug Administration disse que aprovará qualquer vacina contra COVID-19 que seja pelo menos 50% eficaz na prevenção da infecção ou na redução da gravidade da doença, que é aproximadamente a proteção oferecida pela vacina anual contra a gripe.

Pesquisa realizada em julho nos Estados Unidos envolveu 1.971 adultos norte-americanos para analisar a probabilidade de adesão a uma possível campanha de vacinação contra o COVID-19 mostrou que a eficácia da vacina está diretamente relacionada com a taxa de adesão.

Um aumento na eficácia da vacina de 50% para 70% aumentou a probabilidade de os entrevistados tomarem a vacina em cerca de 7%. Uma vacina que foi 90% eficaz aumentou a disposição dos entrevistados em recebê-la em cerca de 16%.

Além da eficácia da injeção, a política também desempenhou um papel no interesse do público em qualquer vacina contra COVID-19. Por exemplo, os entrevistados revelaram 13% menos probabilidade de aceitar uma vacina feita na China do que uma feita nos Estados Unidos.

Os entrevistados tinham menos probabilidade de aceitar uma vacina endossada pelo presidente Donald Trump, mas apenas 3% mais probabilidade de tomá-la se fosse endossada pelo Joe Biden. No entanto, o endosso do CDC e da Organização Mundial da Saúde aumentou a disposição dos entrevistados de receber a vacina em até 10%.

De acordo com os pesquisadores, esses resultados mostram que é perigoso politizar a vacina, pois essa politização pode colocar em risco todo o capital financeiro e intelectual investido até agora nas pesquisas para desenvolvimento de uma vacina.

Fonte: JAMA Network Open. DOI: 10.1001/jamanetworkopen.2020.25594.