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Pandemia de COVID-19 aumenta casos de “Síndrome do coração partido”

16 de julho de 2020 (Bibliomed). Os médicos de um sistema hospitalar de Ohio descobriram outra possível consequência da pandemia do COVID-19: mais casos de "Síndrome do Coração Partido". A condição, também conhecida como cardiomiopatia de Takotsuba ou cardiomiopatia por estresse, provoca sintomas similares a um ataque cardíaco, como dor no peito, falta de ar ou cansaço. Sua causa é reflexo de uma fraqueza temporária no músculo cardíaco devido a um aumento nos hormônios do estresse, que pode ocorrer em períodos de estresse emocional intenso.

E em dois hospitais da Cleveland Clinic, nos Estados Unidos, os diagnósticos de cardiomiopatia por estresse aumentaram nas primeiras semanas da pandemia de COVID-19. Durante março e abril, constatou-se que a cardiomiopatia por estresse foi diagnosticada em quase 8% dos pacientes que chegaram ao pronto-socorro da instituição com dor no peito e outros possíveis sintomas cardíacos. Isso foi quatro a cinco vezes maior do que as taxas observadas nos períodos pré-pandêmicos, que oscilavam entre 1,5% e 1,8%.

O curioso é que, embora o COVID-19 possa levar a complicações cardíacas, nenhum dos pacientes diagnosticados com cardiomiopatia por estresse apresentou resultado positivo para a infecção. Para os pesquisadores, isso sugere não um reflexo do vírus, mas o estresse da pandemia.

Os pesquisadores explicam que a condição pode não surgir imediatamente após o gatilho, mas uma pessoa pode desenvolver cardiomiopatia por estresse depois de passar por uma situação complicada ou ter de lidar com situações de medo.

O diagnóstico ainda é novo, mas acredita-se que a condição ocorra quando o músculo cardíaco é sobrecarregado por uma inundação de catecolaminas - mais conhecidas como hormônios do estresse, o que reduz temporariamente a capacidade de bombeamento do coração.

A condição é bastante distinta de um ataque cardíaco, uma vez que não há bloqueios nas artérias e, embora as células do músculo cardíaco possam ficar temporariamente atordoadas, elas não morrem. Os sintomas imitam um ataque cardíaco, mas, à medida que os testes são feitos, a verdadeira causa fica mais clara.

Por um lado, a cardiomiopatia por estresse parece diferente de um ataque cardíaco ao eletrocardiograma, que mede a atividade elétrica do coração. E quando os médicos fazem um angiograma para examinar dentro das artérias cardíacas, eles não encontram bloqueios em um paciente com cardiomiopatia por estresse.

De acordo com os pesquisadores, dado todo o estresse da pandemia, do medo do vírus à perda de empregos e ao isolamento social, não é difícil imaginar por que a cardiomiopatia por estresse aumentaria. A boa notícia, é que as pessoas com a doença geralmente se recuperam rapidamente, sem nenhum dano cardíaco a longo prazo.

Fonte: JAMA Network Open. DOI: 10.1001/jamanetworkopen.2020.14780.

Copyright © 2020 Bibliomed, Inc.

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