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Células Podem Ajudar a Fortalecer o Coração

As pessoas que sofrem de problemas cardíacos associados à idade avançada ou a enfartes poderão, em breve, ter um tratamento alternativo, segundo cientistas que participaram do encontro anual da American Heart Association, na cidade norte-americana de Nova Orleans. Os cientistas apresentaram novas informações sobre uma terapia celular que pode rejuvenescer corações danificados. De acordo com esses médicos, pesquisas sugerem que logo será possível restaurar corações com pulsações fracas, criando um músculo e vasos sangüíneos novos, formados por células retiradas de outras partes do corpo dos pacientes.

A idéia é recuperar os corações de vítimas de falência coronariana congestiva -- um problema que aflige cerca de cinco milhões de pessoas nos Estados Unidos -- recriando o tecido danificado por enfartes ou desgastados pelo tempo. A falência coronariana ocorre quando um dano no músculo do coração enfraquece a capacidade do órgão de bombear sangue com força suficiente. Apesar de algumas drogas ajudarem, muitas vítimas sofrem acentuadas faltas de fôlego, de energia e inchaço nas pernas.

Pesquisadores franceses estão desenvolvendo uma técnica que utiliza tecido de músculos para tratar o problema. Divulgado pela primeira vez no mês passado, os médicos trataram um homem de 72 anos com severa falência coronariana. Com uma anestesia local, os cientistas removeram um pedaço de músculo de sua coxa, fizeram o segmento crescer em laboratório para criar milhões de células de contração chamadas mioblastos mestres. No dia 15 de junho, eles transplantaram 800 milhões dessas células com uma agulha para a área da cicatriz no coração. O doutor Philippe Menasche, do Hospital Bichat, em Paris, disse que o paciente mostrou uma melhora impressionante, e o novo tecido em seu coração está fazendo contrações rítmicas. "Nós preenchemos a cicatriz morta com células vivas", explicou Menasche. "Estes são resultados animadores, mas nós temos que ser muito cautelosos". Os médicos franceses esperam repetir a experiência em mais oito pacientes no próximo ano.

Outra pesquisa, experimentada apenas em animais de laboratório, utilizou tecido coronariano real, e não músculos transplantados. O doutor Ray C.J. Chiu, da Universidade McGill, em Montreal, no Canadá, relatou a utilização de tecido da medula de ossos imaturos chamados células stromal da medula. Essas células têm a capacidade de adequar-se a diferentes partes do corpo, incluindo nervos e fígado, bem como o coração. A equipe canadense injetou células da medula no coração de 22 ratos geneticamente idênticos. Chiu disse que o novo tecido rapidamente começou a trabalhar com as células originais do coração, pulsando em uníssono. "Era difícil distingui-las", afirmou ele.

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