Notícias de saúde
18 de março de 2020 (Bibliomed). Boa Saúde levantou as principais dúvidas que nos tem sido encaminhadas sobre a atual pandemia do novo Coronavírus e as listou abaixo. As respostas são baseadas nos achados de Literatura Médica e de informações de Instituições renomadas, como o CDC dos Estados Unidos, e que foram publicadas até este momento. Ressaltamos que muitas perguntas podem ainda não ter uma resposta, devido à rapidez com que a infecção se disseminou pelo mundo e pelo fato de muitos estudos estarem ainda em andamento.
Se uma pessoa teve a infecção pelo coronavírus e depois recuperou, ainda poderá transmitir o vírus?
Só porque alguém que teve o coronavírus está se sentindo melhor não significa que não possa disseminar a doença. Uma pessoa pode se infectar, ficar sintomático, ter o desaparecimento dos sintomas, se sentir bem e ainda assim compartilhar o vírus. Uma pessoa que se contaminou pode voltar à sua vida normal quando tiver dois testes consecutivos para o coronavírus negativos, separados por 24 horas.
Posso viajar?
Em princípio, viagens de lazer devem ser evitadas, principalmente as de avião ou ônibus. Teria que ser algo realmente urgente para realizar uma viagem aérea.
O clima mais quente dificulta a disseminação do coronavírus?
A epidemia se iniciou no hemisfério norte, durante os meses de inverno. Mas, no momento, países do hemisfério sul e que estão no fim do verão, como o Brasil, apresentam uma disseminação do vírus em seus territórios. A resposta a esta pergunta ainda é desconhecida.
O vírus pode resistir em superfícies tais como madeira, plásticos e metais?
O novo coronavírus pode resistir por três dias em algumas superfícies, tais como plástico e aço, sugerem novas pesquisas. Especialistas dizem que o risco de os consumidores serem infectados por tocarem esses materiais ainda é baixo, embora tenham ocorrido alertas adicionais sobre quanto tempo o vírus sobrevive no ar, o que pode ter implicações importantes para os profissionais de saúde. O mesmo estudo, publicado na revista The New England Journal of Medicine, sugere que o vírus se desintegra ao longo de um dia na superfície de papelão, diminuindo a preocupação entre os consumidores de que as entregas domiciliares espalhem o vírus durante esse período de permanência e trabalho em casa.
O novo coronavírus pode se disseminar pelo ar?
O vírus pode ficar suspenso no ar por cerca de meia hora. O vírus não permanece no ar em níveis altos o suficiente para ser um risco para a maioria das pessoas que não está fisicamente perto de uma pessoa infectada. Mas os procedimentos que os profissionais de saúde usam para cuidar de pacientes infectados provavelmente geram aerossóis, aumentando os riscos para estes profissionais. Um estudo, publicado em 4 de março de 2020 na revista JAMA, também indica que o vírus é transportado por via aérea. Realizado em Cingapura, o estudo encontrou o vírus em um ventilador no quarto de hospital de um paciente infectado, onde ele só poderia ter alcançado através do ar. Até o momento, a Organização Mundial da Saúde se referiu ao vírus como não sendo transportado pelo ar, mas os profissionais de saúde devem usar equipamentos de proteção individual, incluindo máscaras de respiração, assumindo que, de fato, este transporte possa ocorrer.
Qual é o risco para as mulheres grávidas de contrair COVID-19? É mais fácil para as mulheres grávidas ficarem doentes com a doença? Se elas ficarem infectadas, ficarão mais doentes do que outras pessoas?
Atualmente, não se sabe se as mulheres grávidas têm maior chance de adoecer com o COVID-19 do que o público em geral, nem se são mais propensas a ter doenças graves como resultado da infecção. Quando grávidas, as mulheres sofrem alterações em seus corpos que podem aumentar o risco de algumas infecções. Com vírus da mesma família que o COVID-19 e outras infecções respiratórias virais, como a gripe, as gestantes têm um risco maior de desenvolver doenças graves. É sempre importante que elas se protejam de todo o tipo de doença.
O COVID-19 pode causar problemas durante a gravidez?
Atualmente, não se sabe se COVID-19 causaria problemas durante a gravidez ou afetaria a saúde do bebê após o nascimento.
As mães portadoras de COVID-19 e que estão amamentando devem continuar a fazê-lo?
O leite materno é a melhor fonte de nutrição para a maioria dos bebês. No entanto, muito pouco se sabe sobre o COVID-19. Se e como iniciar ou continuar a amamentação deve ser determinado pela mãe em coordenação com sua família e profissionais de saúde. Uma mãe com COVID-19 confirmado, mesmo que assintomática deve tomar todas as precauções possíveis para evitar transmitir o vírus para o seu bebê, incluindo lavar as mãos antes de tocá-lo e usar uma máscara facial, se possível, enquanto estiver amamentando. Ao fazer a extração do leite materno com uma bomba manual ou elétrica, a mãe deve lavar as mãos antes de tocar em qualquer parte da bomba ou da mamadeira e seguir as recomendações para uma limpeza adequada da bomba após cada uso. Se possível, deve-se considerar que alguém que esteja sadio cuide da alimentar o bebê com o leite materno coletado.
O que é verdade sobre o uso do favipiravir para tratamento do COVID-19?
O favipiravir foi aprovado para o tratamento do COVID-19 em 15 de fevereiro de 2020 na China. Este medicamento atualmente está passando por ensaios clínicos no tratamento do COVID-19. O favipiravir é um novo tipo de Inibidor da RNA polimerase (RdRp) RNA dependente. Além de sua atividade do vírus anti-influenza, o favipiravir é capaz de bloquear a replicação de flavi-, alfa-, filo-, bunya-, arena-, noro- e outros vírus de RNA. O favipiravir é convertido em uma forma fosforibosilada ativa (favipiravir-RTP) nas células e é reconhecido como substrato pela RNA polimerase viral, inibindo assim a atividade da polimerase RNA Portanto, o favipiravir pode ter potencial ação antiviral no SARS-CoV-2, que é um vírus RNA. Em 14 de fevereiro, um ensaio clínico sobre o favipiravir para o tratamento de COVID-19 foi iniciado pelo Clinical Medical Research Center of the National Infectious Diseases and the Third People's Hospital de Shenzhen e alcançou resultados promissores. Os resultados preliminares de um total de 80 pacientes (incluindo o grupo experimental e grupo controle) indicaram que o favipiravir tinha ação antiviral mais potente que a do lopinavir/ritonavir. Não foram observadas reações adversas significativas no tratamento com favipiravir, e teve significativamente menos efeitos adversos que o grupo lopinavir/ritonavir. Notícias divulgadas na imprensa internacional em 18 de março de 2020 alardearam o favipiravir como uma nova solução para o tratamento da COVID-19. Os pacientes que receberam o medicamento em Shenzhen, China, se tornaram negativos para o vírus em uma mediana de quatro dias após se tornarem positivos, em comparação com uma mediana de 11 dias para aqueles que não foram tratados com a droga, segundo a emissora pública japonesa NHK. Além disso, os raios X confirmaram melhorias na condição pulmonar em cerca de 91% dos pacientes tratados com favipiravir, em comparação com 62% naqueles sem a droga. A Fujifilm Toyama Chemical, que desenvolveu o medicamento - também conhecido como Avigan - em 2014, se recusou a comentar as informações. Assim, mais estudos são necessários para indicar esta droga como tratamento amplo do COVID-19.
Fonte: Equipe Editorial Bibliomed
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