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Miomas são tratados sem intervenção cirúrgica

31 de Outubro de 2002 (Bibliomed). Um tratamento de embolização arterial uterina permite tratar miomas sem a necessidade de retirar o útero. A técnica já é utilizada pelo Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), desde julho de 2000 e já beneficiou cerca de 60 mulheres. Segundo a médica do Serviço de Ginecologia do HU e professora assistente de Ginecologia da UFRJ, Juraci Ghiaroni, além de apresentar risco de complicações inferior ao dos procedimentos cirúrgicos mais invasivos, a técnica possui um custo menor para o sistema de saúde.

"Este é, sem dúvida, um grande progresso no exercício da Ginecologia, com o ganho adicional de promover discussões e reflexões mais profundas sobre a realização de histerectomias nem sempre necessárias. Na grande maioria dos casos é possível operar, tirar os miomas e deixar o útero", afirmou Ghiaroni.

O procedimento deve ser realizado em ambiente cirúrgico, com a paciente anestesiada. É feita uma punção na artéria femural e através de um cateter vai até a artéria uterina, ela é embolizada com uma substância que obstrui o fluxo sanguíneo dos miomas, diminuindo-os de tamanho em media 50%. A paciente recebe alta após 24 horas.

O tratamento, no entanto, não é recomendado para quem quer ter filhos. A médica explica que a mulher não fica estéril, mas cerca de 2% deixam de menstruar. "Acreditamos hoje que todos os tipos de mioma respondem bem a esse tratamento, mas o maior impacto é sem dúvida na diminuição do fluxo menstrual. Nas mulheres que têm mioma que causa sangramento uterino anormal, volumoso e de difícil controle, afastada a possibilidade de patologia endometrial a melhora é imediata, no primeiro ciclo após o procedimento. A primeira menstruação logo depois da embolização diminui muito o fluxo e as mulheres ficam muito satisfeitas", explicou. Nos miomas muito volumosos, embora se consiga a redução de volume, a paciente pode ficar insatisfeita, pois o volume abdominal persiste aumentado. Mesmo assim, é possível uma cirurgia conservadora.

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