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Descoberta nova doença mais letal que a leishmaniose

02 de outubro de 2019 (Bibliomed). Uma nova doença, com sintomas parecidos aos da leishmaniose, porém mais graves e mais resistentes ao tratamento, está se alastrando por Aracaju (SE). Ao todo, já são 150 casos registrados e duas mortes confirmadas.

Pesquisadores do hospital da Universidade Federal de Sergipe (UFS) trabalham há anos com pacientes diagnosticados com leishmaniose para tentar entender a resistência genética à doença. Em parceria com Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), da Universidade de São Paulo (USP), os pesquisadores descobriram que não era possível analisar as amostras coletadas com as ferramentas disponíveis para leishmânia.

Os pesquisadores sequenciaram e compararam o genoma do parasita dos pacientes de Sergipe com o genoma referência para espécies de leishmânia e de tripanossomatídeos, o que mostrou que o parasita identificado na amostra não era leishmânia, e que era parecido, mas não igual, a um parasita chamado Crithidia fasciculata. Com isso, começaram a suspeitar de uma nova espécie, ainda não descrita pela ciência. Pela descoberta ser muito recente, ainda não se sabe nada sobre o ciclo de vida do vetor, mas existe grande probabilidade de que ele também seja transmitido por insetos.

Para os pesquisadores, a identificação desse novo parasita pode explicar o aumento da letalidade dos supostos casos de leishmaniose visceral no Brasil, o que é preocupante, pois pode significar que esses pacientes estão sendo diagnosticados e tratados para leishmaniose visceral, enquanto, na verdade, têm uma nova doença, mais grave, e sem tratamento específico.

Os pesquisadores, então, realizaram testes em laboratórios e descobriram que o novo parasita tem a capacidade de infectar também camundongos, causando lesões na pele e fígado. Agora, a equipe trabalha para identificar o vetor desse novo parasita, e se além de humanos e camundongos, ele também circulou em outros animais.

Fonte: Jornal da USP, 30 de setembro de 2019.

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