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20 de setembro de 2016 (Bibliomed). O sistema imunológico de uma gestante é mais frágil e, por consequência, estas pacientes tem uma maior propensão a infecções. Algumas delas podem dificultar a gravidez ou causar partos prematuros e abortos espontâneos. Quando a mulher é mais sujeita a infecções ou tem outros fatores de risco, gestações subsequentes podem ser afetada por vírus ou bactérias no organismo, ocasionando abortos de repetição.
“Sintomas leves, como a febre, algumas vezes não são levados a sério. Quaisquer sinais de alteração, por mais sutis que sejam, podem indicar a presença de fungos, protozoários, bactérias ou vírus, que podem oferecer riscos ao bebê”, explica a Dra. Melissa Cavagnoli, especialista em reprodução assistida. Por conta dessas infecções, a gestante sai da primeira consulta do pré-natal com uma série de exames para fazer, como sorologia para HIV, toxoplasmose, rubéola e coleta de urina.
Esse receio é justificável, pois o período da gestação em que a infecção é diagnosticada faz toda a diferença no tratamento. “Quanto mais cedo a mulher for acometida por uma infecção na gravidez, piores são os potenciais efeitos”, segundo a especialista. “Antes do terceiro trimestre estão os maiores perigos, pois o bebê ainda está em desenvolvimento. A partir dessa fase, ele já está formado e é menos vulnerável - embora também possa sofrer sequelas”.
A infecção urinária - que acomete metade das mulheres ao longo da vida –, por exemplo, “não gera alterações fetais, mas pode restringir o crescimento do bebê e causar um parto prematuro”, segundo a médica. Em casos mais graves, quando nenhum tratamento é ministrado, mãe e filho podem correr risco de vida. A vaginose bacteriana, que também é bastante frequente, diminui os lactobacilos que protegem a região, eleva a quantidade de bactérias e pode causar a ruptura da bolsa. Toxoplasmose, catapora, periodontite e doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis.
As infecções são responsáveis por grande parte dos abortos espontâneos, mas podem não ser o único motivo para a recorrência. “A idade da mãe e a relação com a queda da qualidade ovariana, tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, uso de drogas, doenças celíacas, anomalias congênitas e até mesmo já ter passado por abortos espontâneos podem aumentar a probabilidade de sofrer outro”, ressalta a Dra. Melissa.
Caso se mantenha a dificuldade para engravidar ou os abortos de repetição, mesmo sem infecções, a recomendação médica é buscar um especialista em saúde fértil, para que o quadro seja analisado corretamente e haja possibilidade de diagnóstico e tratamento. Ainda segundo a médica, sejam as causas vinculadas a doenças ou particularidades dos pacientes, poucas não têm solução.
Fonte: Dra. Melissa Cavagnoli - Huntington Medicina Reprodutiva
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