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Marcapasso pode salvar vidas, mas ainda é de difícil acesso no Brasil

23 de setembro de 2015 (Bibliomed). Em 23 de setembro é comemorado o Dia do Portador de Marcapasso. Dados do Censo Mundial de Marcapassos e Desfibriladores indicam que, no Brasil, são implantados 199 dispositivos móveis por milhão de habitantes, número inferior a países como Chile (onde são implantados 216 por milhão de habitantes), Argentina (382 por milhão), Uruguai (578 por milhão) e Porto Rico (606 por milhão).

Em países da Europa e América do Norte, esses números são ainda mais expressivos: 746 na Espanha, 762 em Portugal e 1.126 marcapassos por milhão de habitantes nos Estados Unidos. Na França são 1.019, na Itália, 1.048 e na Alemanha, 1.267.

Um dos problemas no Brasil é a subnotificação de pacientes portadores de insuficiência cardíaca, que possuem alterações graves, mas sem identificação. Ainda assim, o país lidera o número de mortes por insuficiência cardíaca no mundo, que representa uma em cada três internações no sistema de saúde. Por ano, são 100.000 novos casos, sendo que 12,5% dos internados por causa da doença morrem nos hospitais.

Atualmente, mais de 300.000 brasileiros usam marcapassos, e, a cada ano, cerca de 49.000 dispositivos são implantados pelo SUS, convênios ou na rede particular. Entretanto, o uso desses e usa necessidade ainda geram muitas dúvidas nos pacientes cardíacos e em seus parentes.

O número de batimentos cardíacos considerado normal está entre 60 e 100 por minuto, ou um batimento por segundo. Abaixo desse valor, quando ocorrem batimentos cardíacos lentos ou a pessoa apresenta sintomas como tonturas, escurecimento visual, desmaios, sente-se cansada e frequentemente ofegante, ela deve procurar um cardiologista para definição do diagnóstico. Pode-se tratar de um caso grave, com risco de vida e que necessite de um implante de marcapasso definitivo.

Arritmias cardíacas são caracterizadas por batimentos lentos, acelerados ou falhas nos batimentos. Já a insuficiência cardíaca é a deficiência do coração em bombear o sangue, causando muitos sintomas, como falta de ar, cansaço, inchaços, internações hospitalares e aumento da mortalidade. Atualmente, 22 milhões de pacientes são portadores de insuficiência cardíaca no mundo.

Além de ensinar a população a medir os batimentos, durante a Campanha também serão entregues cartilhas com explicações sobre os principais dispositivos eletrônicos implantáveis cardíacos, suas indicações, cuidados pré e pós-operatórios, limitações para prática de esportes e possibilidades de interferências. Entre as principais dúvidas observadas pelos médicos estão: possíveis interferências de celulares e outros aparelhos eletrônicos, micro-ondas, portas giratórias de bancos, ressonância magnética e se é permitida a prática de atividade física.

Para marcar a data, cardiologistas brasileiros estão promovendo uma campanha no intuito de orientar a população sobre como identificar alterações nos batimentos cardíacos, que podem ser indicativos de arritmias cardíacas e de doenças cardíacas, como insuficiência cardíaca. O foco da campanha, idealizada pela ABEC/DECA - Associação Brasileira de Arritmia, Eletrofisiologia e Estimulação Cardíaca Artificial/Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial, é ensinar a população a mediar os batimentos cardíacos de uma maneira bastante simples: através do pulso.

Com essa medida os especialistas esperam que a população de conscientize sobre os dispositivos cardíacos implantáveis, sua necessidade e de alertar a opinião pública sobre a necessidade de melhorar o acesso dos pacientes que precisam desses dispositivos e o profissional médico, principalmente no Sistema Único de Saúde, uma vez que atualmente muitas pessoas morrem na fila de espera por um implante.

Fonte: ABEC/DECA - Associação Brasileira de Arritmia, Eletrofisiologia e Estimulação Cardíaca Artificial/Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial, press release

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