Folhetos de saúde

Insônia de situação

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O que é a insônia de situação?

A insônia é definida como uma sensação de sono inadequado tanto em quantidade como em qualidade, geralmente não relacionada com sonolência durante o dia.

Classifica-se como insônia de situação os quadros de distúrbio do sono relacionados a eventos externos, tais como o estresse diário, morte de parentes ou de amigos, estresse no trabalho ou até mesmo a depressão. Os sintomas também podem se originar a partir de modificações ambientais, como o local de dormir, novo companheiro de quarto, modificações de horário no trabalho que impliquem em alterações no horário habitual de dormir.

Como a insônia de situação é detectada?

A identificação do quadro de insônia situacional baseia-se no estabelecimento de relação temporal e até mesmo de causalidade entre o aparecimento de sintomas e a ocorrência de algum evento externo ou modificação ambiental na rotina do indivíduo.

Os sintomas mais comuns são as alterações na quantidade e qualidade do sono, sensação de sono não revigorante, cansaço diurno, sensação de peso na cabeça, além de sintomas constitucionais que podem estar associados, tais como dores de cabeça, vermelhidão dos olhos.

A insônia de situação costuma ser de início recente, ou seja, o indivíduo não apresentava nenhuma alteração no padrão de sono até a ocorrência do evento desencadeador da doença.

A fim de que seja fechado o diagnóstico de insônia de situação, é necessário que os sintomas estejam presentes por pelo menos três semanas. Isso ocorre porque um quadro de insônia após um evento traumático ou alguma modificação da rotina da pessoa constitui uma resposta normal do organismo, uma forma de adaptação deste ao estresse vigente. No entanto, quando a duração do quadro prolonga-se, trata-se de resposta anormal, exigindo avaliação e cuidados médicos.

Qual o tratamento?

O tratamento é baseado tanto em modificações ambientais e comportamentais, quanto no uso de medicamentos.

Habitualmente, o afastamento do evento ou do fator estressante é capaz de minimizar e controlar os sintomas, com posterior e progressiva retomada do padrão habitual de sono. Porém, quando este fator não é removível (ex: morte de ente querido), faz-se necessária uma abordagem psicológica conjugada com uso de medicamentos, até que o evento traumatizante seja elaborado pelo indivíduo, e este se readapte a sua rotina de vida.

Lembre-se, somente o médico poderá orientá-lo na abordagem desta condição.

Fontes:

Simon RP, Sunseri MJ. Distúrbios do sono e do despertar. In: Goldman L, Bennet JC. CECIL Tratado de Medicina Interna. 21a ed, editora Guanabara Koogan S.A. RJ, 2001: 2265 – 2269.

Martinez D. Dissônias. In: Martinez D. Prática da Medicina do Sono. Editora FUNDO EDITORIAL BYK, SP, 1999: 115 – 122.