Folhetos de saúde

Espondilite anquilosante – aspectos clínicos e diagnósticos

Espondilite anquilosante – aspectos clínicos e diagnósticos

© Equipe Editorial Bibliomed

O que é a espondilite anquilosante?

A espondilite anquilosante é uma doença pautada pelo desenvolvimento de um processo inflamatório principalmente nas articulações (juntas) da coluna vertebral. Faz parte do grupo das espondiloartropatias.

A doença também se caracteriza pelo comprometimento progressivo das juntas da bacia, das articulações periféricas e de diversas estruturas periarticulares. Também pode ser verificado o comprometimento de estruturas extra-articulares no decorrer da história natural da doença.

Quais as manifestações clínicas?

O doente portador de espondilite anquilosante, geralmente um indivíduo jovem, inicia tipicamente com um quadro de dor lombar, de início gradual e progressivo, que piora com movimentação súbita, e não melhora com o repouso. Estes sintomas são mais comuns logo pela manhã, e se associam a algum grau de rigidez que pode permanecer durante todo o dia. Fato interessante é que alguns dos doentes obtém melhora da dor com a prática de alguma atividade física.

Quando o médico examina o doente, ele nota presença de dor profunda à palpação das juntas da bacia e da coluna vertebral. Também é comum ser verificado um espasmo muscular vertebral e alterações na curvatura da coluna, especialmente na região lombar.

O portador de espondilite anquilosante também pode se queixar de dor no calcanhar, próximo ao tendão de Aquiles. Todos os sítios dolorosos tem piora da intensidade da dor mediante compressão local.

Com a evolução progressiva da doença verifica-se, usualmente após um ano ou mais, acometimento de quase toda a coluna vertebral. A progressão mais comum do processo inflamatório é ascendente, ou seja da região lombar até as vértebras do pescoço.

O comprometimento das vértebras do tórax, principalmente na sua junção com as costelas, pode gerar dor à respiração profunda. Nota-se evidente limitação da expansão do tórax diante de tal comprometimento.

Nas formas graves da doença verifica-se intensa rigidez da coluna vertebral, situação comumente denominada “coluna em bambu”. Nestes casos há intensa restrição dos movimentos normais da coluna, como a flexão do pescoço para abaixar a cabeça e a flexão do troco para agachar-se, bem como aumenta o risco de fraturas vertebrais.

Quando há rigidez das juntas do quadril torna-se difícil até o doente conseguir andar.

Outras manifestações gerais da doença são: cansaço, perda de peso e febre baixa.

O diagnóstico pode ser obtido pela análise conjunta dos dados clínicos acima expostos, com a possibilidade de utilização dos critérios diagnósticos clássicos. Alterações em exames complementares também auxiliam no diagnóstico, especialmente as verificadas na radiografia.

Lembre-se: somente seu médico poderá orientá-lo acerca da melhor abordagem desta condição.

Fontes:

Cush JJ, Lipsky PE. Espondiloartropatias. In: Goldman L, Bennet JC. CECIL Tratado de Medicina Interna. 21a ed, editora Guanabara Koogan S.A. RJ, 2001: 1670 – 1678.

Salter RB. Distúrbios inflamatórios de ossos e articulações. In: Salter RB. Distúrbios e Lesões do Sistema Musculoesquelético. 3a ed, editora MEDSI Ltda, RJ, 2001: 209 – 258.