Traumatismo craniano e transtorno de estresse pós-traumático podem aumentar o risco de desenvolver a doença de Alzheimer e demências relacionadas entre as pessoas que carregam uma determinada variante genética. Essas descobertas se baseiam em realizado com veteranos militares dos Estados Unidos.
De acordo com o estudo, realizado na Universidade de Boston, nos Estados Unidos, o transtorno de estresse pós-traumático e lesão cerebral traumática e um fator de risco genético chamado apolipoproteína E (APOE) epsilon 4 alelo mostraram fortes associações com a doença de Alzheimer e demências relacionadas.E a prevalência de Alzheimer associada a ambos os distúrbios aumentou com o número de alelos APOE epsilon 4 herdados.
Os pesquisadores analisaram dados do VA’s Million Veteran Program, um dos maiores bancos de dados de saúde e informações genéticas do mundo. Eles observaram que a doença de Alzheimer de início tardio é a forma mais comum de demência e afeta cerca de 10% da população dos EUA. E sua prevalência estimada aumenta com a idade – de 3% entre 65 e 74 anos para 32% para pessoas com 85 anos ou mais.
Os cientistas disseram que o serviço militar pode aumentar o risco de Alzheimer em veteranos, citando estudos anteriores em larga escala que estimaram que veteranos com transtorno de estresse pós-traumático enfrentam um risco cerca de 50% a 60% maior de desenvolver demência do que pessoas sem o distúrbio.
Pesquisas anteriores indicam que o risco de demência pode ser ainda maior entre pessoas com histórico de lesão cerebral traumática. Entre os fatores genéticos que também influenciam o risco de uma pessoa desenvolver demência, o alelo epsilon 4 da apolipoproteína E (APOE) é o fator de risco mais forte. Contudo, a força da associação depende da ancestralidade da pessoa. Cada alelo APOE epsilon 4 herdado aproximadamente quadruplica o risco de Alzheimer em pessoas de ascendência europeia, mas dobra o risco entre os afro-americanos.
Os pesquisadores descobriram que um aumento do risco de demência devido ao transtorno de estresse pós-traumático e lesão cerebral traumática em veteranos de ascendência europeia que herdaram a variante genética do alelo APOE epsilon 4.
Em veteranos de ascendência africana, o impacto do transtorno do estresse pós-traumático não variou em função da variante genética. Mas o efeito da lesão cerebral traumática e a interação com o alelo APOE epsilon 4 foram ainda mais fortes entre esses veteranos.
Fonte: Alzheimer’s & Dementia. DOI: 10.1002/alz.12870.