O consumo de alimentos industrializados e não saudáveis, os chamados junk-foods, é grande entre as crianças. As taxas de obesidade infantil são alarmantes, e pesquisadores da University of Adelaide, na Austrália, mostraram que a TV pode estimular o consumo desses alimentos. O estudo revelou que as crianças são expostas ao dobro da publicidade de alimentos não saudáveis do que de comidas saudáveis na TV.
Os pesquisadores analisaram os anúncios de uma rede de TV comercial do sul da Austrália por 12 meses (janeiro a dezembro de 2016). O total de horas analisadas totalizou 30 mil horas, sendo que mais de 500 dessas foi destinada a propagandas de alimentos (100 mil anúncios de comida). Os itens mais anunciados foram salgadinhos, carnes fritas/empanadas, fast-foods e bebidas açucaradas.
Crianças que assistiam a cerca de 80 minutos de televisão por dia eram expostas a uma média anual de 800 anúncios de junk-foods. Além disso, os resultados mostraram que a publicidade desses alimentos era 2,3 vezes mais comum a cada hora do que a de alimentos saudáveis nos considerados horários de pico para crianças e em períodos de férias escolares.
Em outros países, como nos Estados Unidos, a publicidade de alimentos corresponde a quase metade dos comerciais voltados para o público infantil (dados do National Institutes of Health). Já em alguns países, como Noruega, a propaganda de junk-foods para crianças é proibida, e em outros, como na França, leis exigem que os anúncios de alimentos não saudáveis tragam mensagens alimentares alertando para a importância da alimentação saudável.
Fonte: Journal of Pediatrics and Child Health, 17 de abril de 2018