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Vírus suíno Influenza A (H1N1) – Gripe suína

© Equipe Editorial Bibliomed

Neste Artigo:

- Introdução
- Sintomas
- Tratamento

Introdução

A influenza A (previamente denominada “gripe suína”) é uma doença respiratória altamente contagiosa, causada por um dos diversos tipos de vírus da influenza tipo A, o H1N1. A doença afeta porcos em surtos anuais, porém a infecção de humanos, historicamente, foi relacionada ao contato íntimo com esses animais. No entanto, o surto atual é causado por um novo tipo de vírus de influenza A, ou melhor, um subtipo que não tinha sido detectado anteriormente em homens e porcos, e que parece ser transmitido entre as pessoas.

Os casos de influenza A vêm sendo relatados em pessoas residentes em diversos países ao redor do mundo. Em março de 2009, foram notificados os primeiros casos da doença no México e, posteriormente, confirmados como sendo de influenza A. Até o final do mês de abril, haviam sido notificados casos suspeitos em 19 dos 32 estados mexicanos. Nas semanas seguintes, casos foram confirmados nos EUA, Canadá e Escócia, chegando inclusive ao Brasil. E, segundo a Organização Mundial da Saúde, até o início da tarde do dia 12 de maio, o número de casos passava de cinco mil, com 61 mortos em quatro países.

Em 26 de abril de 2009, o Departamento Nacional Norte-Americano de Saúde e Serviços Humanos declarou a influenza A como problema emergencial de saúde pública nos EUA, com potencial para afetar a segurança nacional. E, atualmente, especialistas alertam para os riscos de que a doença se torne uma pandemia global. A influenza A tem alto potencial de causar morbidade, porém se associa a baixa taxa de mortalidade – em torno de 1% a 4%.

Sintomas

O quadro clínico da influenza A é muito semelhante ao da gripe comum. Os pacientes evoluem com sintomas de uma doença respiratória aguda, como febre, tosse, dor de garganta, mal-estar e dor generalizada, dor de cabeça, calafrios, fadiga, diarreia e vômitos (menos comuns). A recomendação é de que as pessoas com esses sintomas procurem atendimento médico. Agentes antivirais, quando usados, devem ser iniciados nas primeiras 48 horas de início dos sintomas. E a duração média da doença é de quatro a seis dias.

As definições dos casos são as seguintes:
• caso confirmado: indivíduo com doença respiratória febril aguda, com confirmação laboratorial de influenza A por um dos testes disponíveis (cultura viral ou PCR-TR);
• caso provável: indivíduo com doença respiratória febril aguda, com positividade para influenza A e negatividade para H1 e H3 pela PCR-TR;
• caso suspeito: indivíduo com doença respiratória febril aguda com início dos sintomas: (1) dentro de sete dias após contato com caso confirmado de influenza A; (2) dentro de sete dias após viagem a países com um ou mais casos confirmados; (3) residente em comunidade com um ou mais casos confirmados.

O período infeccioso de um caso confirmado de influenza A é definido como um dia antes do início da doença até sete dias após os primeiros sintomas. O contato íntimo é definido pela distância de cerca de 1,82 m de um caso suspeito ou confirmado de influenza A durante o período infeccioso.

Muitos casos de influenza A são leves ou mesmo assintomáticos. Previamente, eles eram identificados ao acaso, como parte de vigilância de influenza sazonal (gripe comum).

Tratamento

O tratamento da influenza A é basicamente de suporte, consistindo em repouso, aumento da ingestão de líquidos, agentes supressores da tosse e analgésicos/antipiréticos (por exemplo, anti-inflamatórios não-esteroidais, paracetamol). Nos casos mais graves, pode ser necessária hidratação endovenosa e outros cuidados mais avançados de suporte. Os agentes antivirais podem ser considerados como tratamento ou prevenção.

A orientação é de que os pacientes que se sintam mal permaneçam em casa para evitar o contato com outras pessoas, lavem suas mãos frequentemente e evitem o contato com olhos, nariz e boca.

As pessoas com sintomas de quadro respiratório febril agudo devem permanecer isoladas em suas casas por pelo menos sete dias após o início dos sintomas ou até permanecerem 24 horas sem sintomas (o que durar mais tempo). Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) recomendam que o paciente entre em contato com o serviço de saúde, inicialmente, por telefone, ao invés de procurar diretamente o hospital ou consultório médico e, nos casos mais graves, essa procura deve ser imediata. Ao sair de casa, o paciente deve utilizar máscara adequada. E, nos casos confirmados, a máscara deve ser usada também no interior da casa, quando em contato com outras pessoas.

Os estudos laboratoriais conseguiram demonstrar que o vírus influenza A (H1N1) é sensível aos antivirais oseltamivir e zanamivir, sendo publicadas recomendações de uso desses agentes. A vacina aplicada anualmente para evitar-se a influenza não é eficaz contra esse subtipo, e o uso de outros antivirais, como a amantadina e a rimantadina, não é recomendado devido a relatos de resistência em outras cepas virais.

O tratamento antiviral empírico deve ser considerado nos casos confirmados, prováveis ou suspeitos de influenza A, sendo priorizada a internação de casos mais graves. A maior eficácia dos antivirais é garantida quando o medicamento é iniciado nas primeiras 48 horas de sintomas e a duração recomendada é de cinco dias.

A profilaxia, ou prevenção, com antivirais é recomendada por sete dias após a última exposição a um caso confirmado da doença. Os seguintes grupos também devem receber a terapia:

• contatos domiciliares de casos confirmados ou suspeitos que apresentam risco de complicações da influenza;
• crianças na faixa etária escolar que são portadoras de doenças crônicas e tiveram contato com caso confirmado ou suspeito;
• indivíduos que viajaram ao México e apresentam alto risco de complicações;
• pessoas que trabalham na fronteira com o México e apresentam risco de complicações;
• profissionais de saúde que tiveram contato sem proteção com caso confirmado de influenza A.

Referências Bibliográficas

  1. Yox SB. Swine Flu: Guidance and Resources for Clinicians. Acessado no endereço http://www.medscape.com/viewarticle/702050 em 30 de abril de 2009.
  2. Kulkarni R. Swine Influenza (H1N1) Virus. Acessado no endereço http://emedicine.medscape.com/article/1673658-overview, em 30 de abril de 2009.
  3. CDC H1Ni Flu. In Centers for Disease Control and Prevention Website. Acessado no endereço http://www.cdc.gov/h1n1flu/index.htm em 30 de abril de 2009.
  4. WHO – Influenza A (H1N1). Acessado no endereço http://www.who.int/csr/disease/swineflu/en/index.html em 30 de abril de 2009.
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