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Doença de Crohn e o Fator Emocional

© Equipe Editorial Bibliomed

Graças à íntima relação entre o corpo e a mente, o estresse emocional pode influenciar a evolução da Doença de Crohn (DC) e seus sintomas.

A DC não é causada pelo estresse emocional, mas alguns pesquisadores afirmam que situações de grande ansiedade são responsáveis por boa parte das crises. Outros especialistas afirmam que os sintomas emocionais provavelmente são manifestações associadas à própria doença em si. De qualquer forma, não é de surpreender que as pessoas portadoras da doença afirmem que o fator emocional é um indicador importante da sua qualidade de vida.

A compreensão e o suporte emocional adequados são essenciais para lidar com a DC. Apesar da psicoterapia não estar formalmente indicada para todos os casos, a maioria dos pacientes se beneficia da avaliação com um psicoterapeuta especializado em lidar com doenças crônicas de um modo geral.

As técnicas para gerenciar as manifestações da DC podem assumir várias formas. As crises de diarréia, cólicas e gases podem fazer com que as pessoas afetadas passem a sentir medo de estarem em lugares públicos. Nestes casos, um bom planejamento pode fazer toda a diferença. Por exemplo, você pode descobrir onde ficam os toaletes nos restaurantes, shoppings e cinemas antecipadamente, facilitando o acesso na eventualidade de uma crise. Alguns pacientes acham prudente carregar consigo roupas extras e um rolo de papel higiênico para as emergências.

A aceitação do diagnóstico de DC pode acarretar uma série de emoções, desde raiva até uma falsa sensação de alívio por finalmente saber o que está acontecendo. O mais importante é não se perder em sentimentos negativos, de autopiedade, culpa ou solidão.

Apesar da DC ser uma doença crônica com muitas complicações, ela não é considerada fatal e muitas pessoas acometidas são capazes de continuar levando uma vida produtiva e repleta de realizações, ainda que vez ou outra sejam necessárias hospitalizações para tratar crises mais severas.

Para lidar de modo positivo com o fator emocional, é essencial que você continue tentando levar sua vida do modo mais habitual possível. Alguns dias parecerão mais difíceis que outros, e a melhor receita para todos eles é exercer um papel ativo no seu tratamento.

Conversar com seu médico e buscar informações detalhadas sobre a doença são armas poderosas para vencer o medo do desconhecido. Além disso, você pode empregar algumas dicas valiosas para reduzir a carga emocional e lidar melhor com o estresse associado à DC:

- Durma: por mais contraditório que possa parecer, os cientistas já provaram que dormir ajuda a resolver problemas. Isso porque seu cérebro não pára e, durante o sono, ele se sente mais livre para procurar novas conexões neuronais - e em uma delas pode estar aquela solução que você tanto procurava!

- Alimente-se direito: tome bastante líquido e siga uma rotina alimentar baseada em frutas, vegetais, legumes e carnes brancas.

- Pratique exercícios regularmente: os exercícios melhoram a saúde física e mental.

- Tenha Hobbies: eles relaxam e distraem ao mesmo tempo em que estimulam e organizam seu mundo interior.

- Estimule sua mente: uma situação estressante não é uma ameaça, mas um desafio para o seu raciocínio. Considere seu cérebro como o músculo mais especializado do seu corpo. Não o deixe atrofiar por falta de estímulo!

- Processe suas emoções: ao sentir uma emoção forte que poderá repercutir sobre você de modo negativo, guarde-a para si por alguns segundos, minutos, horas ou mesmo dias, até ser capaz de fazer uma análise mais racional do que ocorreu.

- E acredite em algo: pessoas "espirituais" tendem a ser mais saudáveis que pessoas "não-espirituais". A prece e a meditação são ferramentas úteis para aliviar o estresse, e nos dão uma consciência mais serena sobre quem somos, quais são os nossos limites e o que realmente tem importância nessa vida.

Copyright © 2009 Bibliomed, Inc. 27 de maio de 2009