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Distimia – o que é?

© Equipe Editorial Bibliomed

Neste artigo:

- O que é distimia?
- Quais os principais sintomas da distimia?
- Como diferenciar a distimia de outros tipos de depressão?
- A distimia é um transtorno comum?
- Quais as causas da distimia?
- Quais os melhores e os piores tratamentos?
- Exercício físico ajuda?
- Quais os objetivos do tratamento da distimia?

O que é distimia?

O transtorno distímico é caracterizado por um quadro de depressão crônica, porém menos grave que o transtorno depressivo maior. O sintoma essencial da distimia é o achado de depressão do humor, quase que diariamente, por um período de pelo menos dois anos, porém sem necessidade dos outros critérios de depressão maior. Comumente, os pacientes queixam-se também de distúrbios do apetite e do sono, bem como de baixa auto-estima.

Os pacientes com distimia relatam que não se lembram de períodos nos quais não se sentiram deprimidos, no entanto conseguem levar a vida de maneira relativamente normal. Todavia, os sintomas costumam ser graves o suficiente para causar estresse e interferir com importantes responsabilidades do dia-a-dia. É importante sempre descartar a presença de alguma outra doença concomitante, que possa ser a causa dos sintomas. O problema é definir se a doença orgânica está causando diretamente a depressão, ou se está apenas criando um estresse psicológico crônico, que seria o responsável pelo desenvolvimento dos sintomas depressivos.

Quais os principais sintomas da distimia?

Os principais sintomas da distimia são: humor deprimido; sensação de desamparo; dificuldade de concentração e para tomada de decisões; baixa auto-estima; baixo nível de energia; fadiga; problemas de sono; alterações do apetite.

Alguns estudos têm mostrado que existem sintomas de distimia que são mais súbitos, podendo ser mais comuns. As pessoas que sofrem desse distúrbio frequentemente evitam eventos sociais, e apresentam desempenho abaixo de sua capacidade, tanto no trabalho quanto na escola. Eles frequentemente apresentam dificuldade na realização de atividades diárias de risco, como convidar alguém para sair ou ir a entrevistas para emprego. São também facilmente desencorajáveis e apresentam dificuldade em completar tarefas. Além disso, são bastante pessimistas. O perfil típico é o de uma pessoa mal-humorada.

Como diferenciar a distimia de outros tipos de depressão?

Na maioria das vezes que se fala em "depressão", refere-se à depressão maior, a qual é geralmente mais grave e com duração mais curta – durando talvez de semanas a meses. Na depressão maior, o humor está deprimido em um grau marcante, e frequentemente se acompanha de sono de má qualidade, perda de apetite e de peso, desesperança e ideação suicida. Em contraste, a distimia não apresenta sintomas de tamanha gravidade, e costuma ter duração bastante prolongada, às vezes até anos.

A distimia é um transtorno comum?

A distimia é um dos transtornos do humor mais comuns. Estima-se que esse distúrbio acometa entre 3% a 5% da população geral, afetando igualmente homens e mulheres. Vale lembrar que muitas pessoas portadoras dessa doença não sabem que têm tal problema. Eles acreditam que os sintomas de pessimismo, negativismo, tristeza e baixo nível de energia são componentes normais de sua personalidade.

Quais as causas da distimia?

Provavelmente existem várias causas, dependendo de cada caso. Está claro que as pessoas que enfrentam muitas situações de estresse, na vida, apresentam risco aumentado de desenvolverem depressão crônica. Esses eventos são representados por: perda de um ente querido, estresse crônico associado à pobreza ou ao desemprego, doença crônica ou dor crônica. Algumas pessoas também podem apresentar fatores genéticos que predisponham à depressão crônica, e esses pacientes podem desenvolver distimia, independentemente do ambiente em que vivem.

Existem, ainda, alguns hábitos que podem aumentar a chance de uma pessoa tornar-se deprimida, como ter um estilo de pensamento negativista, tendência ao pessimismo, sensação de que nada pode ajudar, relutância em fazer alguma coisa para mudar certas realidades indesejadas.

Quais os melhores e os piores tratamentos?

O melhor tratamento é aquele que ajuda a aliviar os sintomas do paciente mais rapidamente. De uma maneira geral, os antidepressivos conseguem proporcionar certo bem-estar após um a dois meses. Medicamentos antidepressivos de diferentes classes, mostraram benefício no tratamento desse distúrbio. A psicoterapia também pode ser uma ferramenta útil e ter algum efeito na depressão crônica, após alguns meses. Se o tratamento não estiver funcionando, converse com o seu médico, para que ele possa avaliar a modificação do mesmo.

O pior tratamento é aquele que é tentado por muito tempo, sem conseguir-se benefício do mesmo. Essa questão é importante, pois muitos pacientes com distimia iniciam um tratamento e ficam por longos períodos em uso do mesmo, sem se perguntar se ele está funcionando. Porém, o pior tratamento de todos é a "automedicação", na qual os pacientes fazem uso de álcool, cocaína ou outras substâncias, com o objetivo de obter alívio dos sintomas. É claro que essas "soluções" acabam criando mais problemas, ao invés de resolvê-los.

Exercício físico ajuda?

Alguns estudos mais recentes mostram que a prática regular de atividade física pode ter um impacto positivo importante na depressão. Além disso, o efeito da atividade físico se soma ao do antidepressivo, potencializando o tratamento. Assim, é recomendável a prática de exercício físico regularmente, como parte integrante do tratamento dos pacientes com distimia.

Quais os objetivos do tratamento da distimia?

Alguns especialistas consideram que o tratamento da distimia deve ser feito em fases. Como os sintomas vêm durando muitos anos, pode levar um tempo até que se consiga expulsar os efeitos da depressão crônica da sua vida. O primeiro objetivo é a eliminação do máximo possível de sintomas da distimia – o humor deprimido, a desesperança, a falta de sono e de apetite, etc. Isso, normalmente, é conseguido no curso de alguns poucos meses ou menos. Após esse período inicial, a pessoa entra em uma fase chamada de "fase pós-distímica", na qual ela não se encontra deprimida.

É nessa fase que a psicoterapia começa a ser útil, pois a partir do momento em que a pessoa começa a se sentir bem, fica claro como a depressão crônica apresentou efeitos devastadores em sua vida. A recusa social, o pessimismo, o baixo nível de energia, o retardamento, a irritabilidade crônica, e outros sintomas exerceram efeitos potencialmente lesivos. Esses pacientes se sentem bastante desorientados e confusos, pois pela primeira vez em muitos anos estão experimentando a sensação de bem estar. Nesse ponto do tratamento é importante melhorar sua vida, suas relações sociais e íntimas, sua vida no trabalho, etc. Desafios que antes eram evitados ao máximo, já podem ser enfrentados.

Copyright © 2007 Bibliomed, Inc.                                            03 de setembro de 2007