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Chocolate

Equipe Editorial Bibliomed

O chocolate é um dos presentes mais populares no mundo. Seja na Páscoa, no Dia dos Namorados, ou mesmo em aniversário, chocolate é uma maneira certa de agradar. Mas por que chocolate é faz tanto sucesso? Um imenso trabalho de marketing ajudou, certamente, a popularizá-lo como presente e a aumentar as suas vendas. No Brasil, o consumo per capita de chocolate em 2016 chegou a 1,6 quilo!

Existem vários alimentos e bebidas específicos que se acreditam ter um impacto direto sobre o estado individual de humor, e o chocolate é, sem dúvida um deles.

Embora um comportamento de adição seja geralmente associado com o abuso de drogas e de álcool, ou ainda uma atividade sexual compulsiva, o chocolate pode evocar reações psicofarmacológicas e de comportamento semelhantes em pessoas suscetíveis. Uma revisão da literatura acerca do chocolate indica que seu efeito atrativo (gordura, açúcar, textura, e aroma) é provavelmente um fator predominante em tal adição. Outras características do chocolate, porém, podem ser igualmente importantes como contribuintes ao fenômeno da adição a ele.

O chocolate pode ser usado por alguns como uma forma de automedicação para deficiências dietéticas (eg, magnésio) ou equilibrar baixos níveis de neurotransmissores envolvidos na regulação do humor, apetite, e comportamentos compulsivos. o consumo compulsivo do chocolate é frequentemente episódica e se altera com as mudanças hormonais logo antes e durante os períodos de menstruação na mulher, o que sugere um vínculo hormonal e confirma a natureza sexo-específica assumida destes episódios de compulsão pelo chocolate.

O chocolate contém vários componentes biologicamente ativos (metilxantinas, aminas biogênicas e ácidos graxos similares aos da cannabis) os quais potencialmente causam comportamentos anormais e sensações psicológicas que se comparam aos de outras substâncias capaz de causar dependência.

Tentativas para restringir o consumo de chocolate porém, levam o desejo por este alimento a aumentar, uma experiência que é então caracterizada como um episódio de compulsão.

Provavelmente, uma combinação das características sensórias do chocolate, sua composição nutriente, e ingredientes psicoactivos, juntando-se às flutuações hormonais mensais e variações do humor entre mulheres, formará em última instância o modelo de compulsão pelo doce.

Os profissionais de nutrição devem estar atentos, pois, uma vez que episódios de compulsão pelo chocolate são reais, os efeitos psicofarmacológicos e quimiossensórios do chocolate devem ser considerados ao se estabelecer uma fórmula de dieta e no tratamento de assuntos relacionados à nutrição.

Fonte: J Am Diet Assoc 1999 Oct;99(10):1249-56

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Publicado em 04 de junho de 2002
Revisado em 23 de março de 2016