Artigos de saúde
Belo Horizonte (Bibliomed.com.br) - O governo da China admitiu, pela
primeira vez em agosto de 2001, a existência de um número extremamente alto de casos de
infecções por vírus HIV na província central de Henan. O motivo que teria provocado a
contaminação de milhares de chineses nessa localidade foi à venda indiscriminada e sem
controle de sangue no início dos anos 90.
O Partido Comunista afirmou que a situação é tão séria que integrantes do Ministério
da Saúde Chinês e uma equipe de médicos designados pelo governo estão sendo enviados
à região. Como medida de urgência, foi aberta uma clínica com funcionamento 24 horas
por dia na área mais afetada.
O governo da China vinha negando, há alguns meses, a existência de uma epidemia e
tentava encobrir a crise provocada no sistema de saúde na região de Henan. Várias
denúncias, no entanto, feitas por militantes da luta contra a Aids tornavam-se conhecidas
além da província.
A estimativa é de que mais de 500 mil pessoas tenham se infectado pelo vírus HIV desde a
década de 90, quando o plasma sangüíneo era vendido sem controle para os bancos de
sangue.
Médicos ativistas afirmam que o sangue coletado de diversas pessoas era armazenado em um
mesmo recipiente, para só então o plasma ser separado. Sem passar por testes para
identificação dos vírus HIV, da hepatite e de outras doenças, o sangue era
transfundido para pacientes, o que pode ter disseminado a Aids para populações inteiras.
Alguns dos profissionais de saúde que estão atuando na região caracterizam as medidas
do governo como "ação cosmética". Em algumas localidades, a doença tomou uma
proporção de difícil controle. Segundo a imprensa local, há cidades da província de
Henan em que mais da metade da população já morreu ou é portadora do vírus HIV.
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03
de Dezembro de 2001.
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