Artigos de saúde
Neste Artigo:
- Para entender a Anoxia
- Causas de Anoxia em Recém-Nascidos
- Fatores que Contribuem para
Asfixia Fetal
- Avaliação e Atendimento
da Criança após o Parto
- Conduta em relação ao escore de
Apgar
- Muda o Perfil das Patologias
Perinatais
- Como fazer uma Boa Prevenção
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"A anoxia, falta de oxigenação no cérebro que pode causar uma série de
anomalias, está cada vez menos freqüente entre os recém-nascidos. Métodos de
medição, atendimento e, principalmente, prevenção, estão sendo usados com sucesso e
já reduziram significativamente a incidência do fenômeno".
Para entender a Anoxia
Anoxia, uma palavra utilizada para vários eventos médicos, significa a diminuição
ou insuficiência de oxigenação do sangue para suprir as exigências metabólicas de um
organismo humano vivo, especialmente no cérebro. Apesar de acontecer por diversas
razões, as mais comuns são, tanto em adultos ou crianças, decorrentes de problemas
respiratórios, cardíacos ou cerebrais. Apresenta uma importância relevante entre os
casos existentes: a anoxia perinatal ou asfixia perinatal, a qual ocorre com o feto
durante o parto. Segundo o Dr. Rodney D. Dorand, em sua palestra sobre Asfixia
Neonatal- Abordagem sobre Fisiologia e Tratamento , Harvard, "A capacidade do
feto e do recém-nascido de resistir à asfixia ou a anoxia do parto é bem
conhecida". Muito embora, segundo ele, a diferença entre o adulto e o recém-nascido
dependa de vários fatores fisiológicos, ambientais, de idade e gestações diferentes,
bem como as definições de atendimento aos casos, para que não se instale uma
perturbação permanente de qualquer função, principalmente do cérebro.
Causas de Anoxia em Recém-Nascidos
A asfixia do recém-nascido é uma emergência médica. Pode ser totalmente esperada
em muitas situações, porém inteiramente inesperada em outras. O mais comum é o feto
fazer uma forma menos severa de anoxia, induzindo a uma diminuição gradual da
oxigenação fetal e um decréscimo do retorno venoso para a placenta.
Nos eventos desse tipo emergem vários fatores mecânicos tais como má posição,
passagem do ombro ou nádegas em crianças grandes antes da cabeça, desproporção
pélvica da mãe ou fetos PIG (Pequenos para idade gestacional-) e GIG ( grandes para a
idade gestacional-geralmente ligados à diabete). Por outro lado, as rotações fetais
dentro do útero podem provocar movimentos respiratórios espontâneos, resultando em
aspirações intra-uterina, eliminação e aspiração de mecônio (fezes do feto).
Entretanto, na fase do nascimento os pontos que merecem atenção são os chamados partos
prolongados o precipitados, crianças tiradas depois, ou antes, do tempo adequado. Nesses
casos, torna-se indispensável o diagnóstico do médico para definir a melhor hora.
Quando ocorre antes, com um feto ainda imaturo, ele não realiza movimentos para sair ou
não consegue respirar sozinho ou, até mesmo, aspira secreções das mais diversas. Outro
fator considerado relevante, nesse momento, é o sangramento da mãe e prolapso de cordão
umbilical, que é a saída do cordão primeiro do que o corpo, o que pode provocar o
rompimento dele com risco de hemorragia grave. O médico rapidamente deve recolocar o
cordão para dentro e fazer manobras para posicionar corretamente a criança.
Fatores que Contribuem para Asfixia
Fetal
Embora não existam fatores prévios predominantes que contribuam a anoxia fetal,
alguns deles acontecem com mais freqüência. Entre as doenças fetais destacam-se
infecção intra-uterina, imaturidade pulmonar, taquicardia ou ritmo fetal irregular. Já
entre os fatores maternos temos hemorragia, placenta prévia, idade materna avançada,
grande multiparidade, eclampsia ou pré-eclampsia, diabete, anemia severa e doença
cardiorrespiratória.
Avaliação e Atendimento
da Criança após o Parto
O diagnóstico pós-natal é feito, na maioria das vezes, pelo escore de Apgar,
sistema criado pela Dra. Virginia Apgar, mundialmente conhecido até por pais e mães; que
se propõe a analisar e pontuar cinco itens: aparência, pulso (freqüência cardíaca),
careta (demonstração de irritabilidade a colocação do cateter nasal), atividade do
tônus muscular e respiração (esforço respiratório). A avaliação é feita sempre
entre o primeiro e o quinto minuto; mas, enquanto estiver abaixo de sete, deve ser
repetido de cinco em cinco minutos até obter o escore bom, que vai de 8 a10.
Quadro 1
ESCORE Pontuação
0___1___2____3____4____5____6____7____8_____9_____10
|
Pontuação: (exemplo) |
Vale 0 | Vale 1 | Vale 2 |
Aparência: |
1 | Cianótico (cor azulada) |
Rosado/com as extremidades cianóticas |
Extremidades: rosado |
Pulso: |
2 |
Ausente |
Abaixo de 100 |
Acima de 100 |
Careta: |
2 |
sem resposta |
careta |
tosse ou respiro |
Atividade Muscular: |
2 |
hipotônico |
alguma flexão |
flexão |
Respiração: |
2 |
Ausente |
débil-irregular |
choro forte |
Total |
9 |
0 - 2 (baixo) |
3 - 7 (médio) |
8 - 10 (alto) |
Exemplificando: um recém-nascido que
recebe apgar 9, considerada uma ótima pontuação, recebeu nota em quatro dos cinco itens
da coluna 2 e mais 1 nota em um dos itens da coluna 1, talvez aquele de extremidades
azuladas- mãos ou pés, que pode acontecer até por ter sido levado para uma sala fria e
não, necessariamente, por depressão respiratória.
Conduta em Relação ao Ascore de
Apgar
Apgar de 8 a 10, nenhuma asfixia. Os cuidados a serem tomados com a criança são
normais para recém-nascidos
Apgar 5 - 7, asfixia leve. Estímulos: tapinhas nas plantas dos pés, fricção nas
costas, evitando manobra mais fortes; oxigenação com atmosfera enriquecida de oxigênio
(máscara colocada diretamente na face da criança).
Apgar 3-4, asfixia moderada. Estando a pulsação abaixo de 100 batimentos por minuto,
apesar da utilização dos estímulos e oxigênio facial, deve-se providenciar
ventilação através máscara especial. O controle da eficiência é feito através da
melhoria da cor, movimentação da parte superior do tórax e melhoria da freqüência
cardíaca.
Apgar 0-2, asfixia severa, é necessário procedimentos de ressuscitação através da
desobstrução das vias áreas, ventilação e controle da movimentação do tórax. Após
isso, persistindo a baixa freqüência cardíaca, a criança deve ser intubada
imediatamente e realizada massagem cardíaca por pessoa habilitada.
Muda o Perfil das Patologias Perinatais
Os cuidados intensivos na fase neonatal avançaram tanto nos últimos anos que
atualmente um recém-nascido sobrevive com 500g de peso. Os tipos das patologias mais
comuns de mortandade infantil para este segmento também sofreram modificações
significativas. Um estudo italiano (Bosman et Al,) realizado sobre 2.410 autópsia de
recém nascidos entre 1975 e 1989 constatou como principais causas a anoxia-hipoxia (29%),
má formação (27%0, infecções (26%) e prematuridade(14%). No entanto, entre os
últimos anos do período pesquisado 1982 a 1989, houve mudanças importantes: má
formação (40%), prematuridade (21%) ascenderam e anoxia-hipoxia (18%) e infecções (9%)
baixaram.
Como fazer uma Boa Prevenção
Os eventos perinatais descritos anteriormente que induzem ao nascimento,
recém-nascidos com problemas podem ser evitados. A previsão, o reconhecimento e, quando
necessário, a intervenção, se constituem medidas eficazes para aliviar os resultados da
asfixia fetal. Para o Dr. Telmo Diamante, pediatra, o importante para prevenir a asfixia
neonatal é um bom pré-natal da mãe, que deve fazer no mínimo seis visitas ao seu
obstetra do convênio, ou posto de saúde ou privado. O médico fará a avaliação,
pedirá os exames de rotina; exames de sangue, urina, diabete, verificação de
infecções tipo sífilis e HIV. Às vezes surge a preocupação com algum sintoma,
acrescenta ele, e aparece uma infecção desconhecida pela mãe na urina ou é detectado o
vírus de HIV. Encontrando qualquer patologia, o médico tratará as causas. Caso ela
esteja com anemia, fará reposição através de uma dieta balanceada e sulfato ferroso;
identificando-a como portadora do vírus HIV, o procedimento envolve também o feto. A
partir daquele momento, a mãe iniciará o tratamento e será encaminhada para um hospital
especializado para esse tipo de paciente de forma que a criança, ao nascer, receba
imediatamente as doses dos medicamentos indicados para prevenir qualquer tipo de
infecção.
A melhor forma de evitar danos à criança recém-nascida, como já foi enfatizado, é um
pré-natal assistido pelo médico, exames periódicos para identificar problemas na mãe e
no feto e tratá-los desde início da gestação.
Copyright © 2000 eHealth Latin America 21 de Setembro de 2000
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