Artigos de saúde
Estima-se que existem hoje em o todo mundo cerca de 1,2 bilhão de fumantes, sendo 30,6
milhões só no Brasil. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde/OMS, o uso de
derivados do tabaco está associado à morte de quatro milhões de pessoas por ano, sendo
50% em países em desenvolvimento.
As pesquisas apontam ainda que, dos seis tipos de câncer que podem provocar mortes no
Brasil, metade deles (pulmão, colo de útero e esôfago) tem o cigarro como um dos
fatores de risco. O fumo é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão, que este
ano deverá causar cerca de 12 mil mortes. Além disso, o cigarro está ligado a origem de
tumores malignos em outros órgãos como a boca, laringe, pâncreas, rins e bexiga. Cerca
de 25% das mortes causadas pelo uso do cigarro também são decorrentes de doenças
coronarianas tais como angina e infarto no miocárdio.
Substâncias do tabaco
Os malefícios do tabaco são provenientes em grande parte pelas minúsculas gotas de
alcatrão nele incluídas. Ele contém substâncias cancerígenas e co/cancerígenas, que
tanto provocam o câncer, como aceleram a produção de células cancerosas. O fumo é
composto ainda de 2 a 6% de monóxido de carbono, um gás tóxico que dificulta o
transporte e utilização do oxigênio. Esses compostos alteram, o funcionamento dos
pêlos microscópicos que libertam os pulmões das partículas indesejáveis.
Verdades e Mitos
Para os estudiosos dos efeitos do tabagismo, há realmente um ganho de peso quando se
pára de fumar. Isto porque a nicotina faz com que o organismo gaste mais calorias e há
evidências que a enzima lípase lipoprotéica (existente no fígado) tenha sua atividade
aumentada quando se fuma, ocorrendo uma maior queima de gorduras. Estudos mostram que a
interrupção do hábito de fumar aumenta o peso do homem em média 2,8 quilos e 3,8 para
mulheres. Especialistas recomendam que nessa fase de abstinência, o fumante deva beber
muita água, evitar gorduras e consumir mais frutas e verduras frescas.
Os especialistas argumentam ainda que não procede a informação de que o fumante pode
levar até 20 anos para se livrar dos malefícios do cigarro. Após 20 minutos sem fumar, a
pressão sangüínea e a pulsação voltam ao normal. Duas horas depois, já não há
nicotina circulando no sangue e em oito horas o sangue se normaliza. O olfato e o paladar
demoram um pouco mais para se normalizarem, o que pode levar dois dias. A partir da
terceira semana, o ex-fumante já poderá sentir que a respiração se torna mais fácil
e a circulação sangüínea já está bem melhor. Com um ano de abstinência, o fumante
já apresenta a metade de riscos de morte por infarto no miocárdio.
Por que as pessoas fumam
De acordo com os especialistas há três espécies de fumantes: O impenitente que fuma por
prazer; o compulsivo que utiliza o cigarro para preencher lacunas de qualquer ordem; e o
fumante-vítima que está consciente dos riscos do cigarro e se sente culpabilizado.
Para a maioria dos fumantes, a associação tabaco/ bem-estar é sentida muito rapidamente
e se torna um reflexo comportamental. A essa dependência psicológica, junta-se a
necessidade fisiológica e o corpo sempre está reclamando a sua dose.
Segundo pesquisas de instituições da saúde, as pessoas começam a fumar principalmente
influenciadas pela publicidade, pelos pais, amigos e ídolos e que 90% dos fumantes
iniciaram o hábito antes dos 21 anos de idade. Para os especialistas é inútil tentar
abandonar o tabaco se não se tem realmente vontade e não se sabe o porquê.
Fumante passivo
O fumante passivo é aquele que não fuma e é obrigado a inalar a fumaça do cigarro de
outras pessoas. As maiores vítimas desses efeitos são as crianças. Estudos científicos
vêm demonstrando que os filhos de mães fumantes apresentam maiores complicações, tanto
no trato respiratório inferior (nariz, garganta e laringe) como no das vias aéreas
inferiores (brônquios e pulmões).
Já as crianças, cujas mães fumam durante a gravidez, tem tendência a nascerem com peso
e altura inferiores as crianças de mães que não fumam. Além disso, a criança que
convive com fumantes, está mais sujeita a se tornar um fumante, sendo o hábito de fumar
mais precoce nas crianças provenientes de lares onde os pais fumam.
Campanhas antitabagistas
Nunca houve no Brasil tantas campanhas contra os fumantes e as indústrias do cigarro. Os
malefícios provenientes do tabaco, estão levando o Ministério da Saúde a encaminhar
projeto ao Congresso Nacional proibindo a veiculação de propaganda de cigarros em todos
os meios de comunicação. A ofensiva está respaldada em outras legislações como a
americana e a canadense, e tem ainda a argumentação em uma pesquisa encomenda pelo
governo, cujos dados indicam que os anúncios de cigarros são bem aceitos pelo público
jovem. No meio dessa polêmica, as indústrias de cigarro e o setor publicitário
discordam da postura do governo, afirmando que, além de ferir preceitos constitucionais
atentando-se contra a liberdade de expressão, o projeto se aprovado, pode ocasionar
desemprego e prejudicar o mercado publicitário, que só em 1999 movimentou cerca de R$ 55
milhões, em campanhas de cigarro.
Por outro lado, o governo está convicto de que se o projeto for aprovado, o número de
fumantes, especialmente jovens, diminuiriam sensivelmente, e milhões de reais deixarão
de ser gastos anualmente no tratamento de doenças provocadas pelo fumo.
Métodos que ajudam a parar de fumar
Para atenuar os efeitos da síndrome da abstinência do cigarro, especialistas recomendam
alguns métodos e até mesmo medicamentos, que só apresentam eficácia se contar com a
força de vontade do fumante:
- Evite café e bebidas alcoólicas que geralmente estão associadas ao tabagismo
- Tome bastante água para ajudar o organismo a desintoxicar-se da nicotina
- Faça uma alimentação mais a base de frutas e verduras
- Pratique exercícios físicos
- Não tente parar progressivamente, pare de uma só vez
- Se aumentar a vontade de fumar, respire lenta e profundamente de três a quatro vezes.
- Não desista diante de fracassos transitórios. A maioria das pessoas que conseguiu
deixar de fumar não conseguiu na primeira vez.
Medicamentos
Adesivo: Colado na pele ele abastece a corrente sangüínea com pequenas
doses de nicotina.
O Cloridrato de bupropiona (Zybanâ): é o primeiro medicamento contra a dependência que não contém
nicotina. É vendido só com receita médica e o tratamento dura três meses.
Chicletes de nicotina: É composto de nicotina e a maioria dos pacientes
costumam mascar entre 10 a 25 gomas por dia.
Acunputura na orelha: Baseado na medicina oriental, o ponto cirúrgico
colocado na orelha alivia o desconforto quando se pára de fumar.
Hipnose: O fumante é induzido a vivenciar situações reais associadas ao
cigarro. A técnica ajuda a reduzir a ansiedade e a vontade de fumar por até sete dias.
Nitrato de prata: Utilizado em gargarejos misturado com água. Quando o
fumante dá uma tragada depois do bochecho, sente um gosto amargo na boca e passa a
associar o vício ao incômodo.
Depois de todo os combates ao cigarro, seja através das campanhas e de todas as opções
e incentivos para parar de fumar e de realmente saber sobre as conseqüências maléficas
para saúde, o que fazer? A resposta todos nós sabemos.
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