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O Que Vem a Ser Citomegalovirus e Quais os Danos Que Ele Pode Causar ao Organismo

O citomegalovírus (CMV) é um vírus DNA ubíquo, pertencente à família dos herpesvírus humanos, que inclui o vírus herpes simples, o vírus de Epstein-Barr e o vírus varicela-zóster. O vírion varia em tamanho de 180 a 250 nm de diâmetro e tem um genoma na faixa de 150 milhões de dáltons.

A maior parte das pessoas é infectada com o CMV durante algum período de sua vida. Os estudos de soroprevalência indicam que 40 a 60% dos doadores de sangue saudáveis em nações industrializadas apresentam evidência da infecção por CMV, e as taxas nos países em desenvolvimento são ainda mais altas.

Foram detectados anticorpos para o CMV em mais de 90% dos homens homossexuais e em 60% das mulheres atendidas em clínicas para doenças sexualmente transmissíveis nos Estados Unidos.

A alta prevalência da infecção pelo CMV é atribuída, em parte, à sua fácil transmissão. O citomegalovírus pode ser cultivado a partir da saliva, do sêmen, de secreções vaginais, do sangue ou de tecidos infectados.

Os modos comuns de transmissão incluem relação sexual, o material contaminado para a injeção de drogas, transfusão sangüínea e transmissão perinatal (vertical).

A transmissão vertical pode ocorrer no parto, pelo contato com secreções infectadas, ou no pós-parto, via leite materno contaminado. Os órgãos infectados utilizados para transplante também são uma fonte potencial de infecção pelo CMV.

Encontra-se variabilidade acentuada em cepas de CMV examinadas pela análise de restrição de endonuclease (REA).

A trilha epidemiológica evidenciada pela REA demonstrou que os indivíduos podem ser reinfectados com cepas novas do vírus antigenicamente distintas. As cepas de CMV parecem variar no seu efeito citopático em cultura de tecidos.

O índice de infecção sintomática por CMV na população infectada pelo HIV, baseado em relatos de casos clínicos, pode ser bastante subestimado.

De acordo com os Centers for Disease Control o CMV contribui com menos de 10% das infecções oportunistas nos pacientes com AIDS. Por outro lado, as séries de autópsia evidenciam a infecção pelo CMV em mais de 50% dos casos, tornando-o uma das doenças oportunistas mais comuns.

Entre 1981 e 1989, houve um aumento de seis vezes na taxa de retinite por CMV reportada como um diagnóstico definidor de AIDS, e é provável que essa tendência continue conforme os pacientes infectados pelo HIV vivam mais tempo com imunodeficiência profunda.

A doença pelo citomegalovírus nos pacientes infectados pelo HIV resulta, em geral, de uma reativação de infecção latente, mas tanto infecção primária como reinfecção foram documentadas.

A síndrome de mononucleose pelo sêmen, consistindo de febre, mal-estar generalizado, fadiga, linfadenopatia, hepatoesplenomegalia e linfocitose atípica, foi descrita nos pacientes com doença pelo HIV no estágio inicial.

Nos pacientes com imunodeficiência avançada (contagem de células CD4< 100/mm3 ), ocorre infecção disseminada, e a apresentação clínica varia com o sistema ou sistemas de órgãos específicos envolvidos.

Fonte: Infecção pelo HIV - Um Manual Clínico - 2ª. Ed. - 1995

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