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Abordagem da família em doação de órgãos exige cuidados específicos

05 de abril de 2012 (Bibliomed). Estudo realizado na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da Universidade de São Paulo (USP) analisou como as famílias dos doadores de órgãos avaliam os profissionais da saúde no processo de doação. Realizada pelo enfermeiro Elton Carlos de Almeida, o estudo mostrou que a visão que os familiares de pacientes com morte encefálica em relação aos profissionais nem sempre é positiva.

De acordo com os familiares, a abordagem dos profissionais de saúde, em sua maioria, é considerada problemática em diversos sentidos. A pesquisa mostrou que os problemas dos profissionais na área de doação de órgãos podem ser classificados em três tipos.

O primeiro é que os familiares não sentem segurança nas informações passadas por eles, já que a morte encefálica é um termo não muito bem compreendido, que pode gerar desconfiança por parte da família, que tem medo de, por exemplo, o órgão ser retirado com o paciente ainda vivo.

O segundo problema está na falta de acolhimento e compreensão dos profissionais na hora de abordar os familiares para argumentar sobre a doação de órgãos logo após o óbito. Geralmente, essa abordagem costuma não ser condizente com a fragilidade do momento.

Já o terceiro fator diz da falta de informação da família que recebe os profissionais. Parte dos parentes do falecido não conhece sobre doação de órgãos, o que dificulta o processo. O segundo é a falta de explicação sobre as questões burocráticas que envolvem a doação, o que pode levar à desistência por parte da família em autorizar a doação.

Segundo Elton, a culpa não é dos profissionais da saúde. “Os profissionais precisam ser preparados tanto emocional quanto tecnicamente”, diz. Para o pesquisador, a doação de órgãos precisa ser uma questão educativa, tanto para os profissionais quanto para a sociedade como um todo. A morte encefálica também deve ser melhor explicada aos leigos e é importante que toda pessoa deixe expresso com seus familiares sua vontade de ser doador.

Fonte: Agência USP, 3 de abril de 2012

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