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Compulsão por compras é doença e deve ser tratada, alerta especialista

23 de dezembro de 2010 (Bibliomed). Décimo terceiro no bolso, Natal se aproximando, e toda a cidade preparada para atrair as pessoas às compras. Shopping e lojas prometem sortear viagens e carros entre os que mais consumirem, sem contar promoções e liquidações para queima de estoques. Uma verdadeira tentação para aqueles que gostam de comprar. Neste cenário, muitas pessoas compram não só por necessidade, mas por status, modismo ou prazer. O que muitos não sabem é que comprar muito, de forma compulsiva, pode ser sinônimo de doença.

Denominada oniomania, a compulsão por compras atinge cerca de 3% da população brasileira. E, segundo a médica e psicanalista Soraya Hissa de Carvalho, se caracteriza como um transtorno mental e de personalidade, classificado dentro dos transtornos do impulso.

A especialista destaca que o diagnóstico é difícil, devido ao fato de o consumo ser normal e estimulado em nossa sociedade, principalmente em datas como o Natal. Por isso, nem todos que adoram fazer compras podem ser considerados compulsivos. O que a médica recomenda é que familiares e amigos fiquem atentos ao exagero no consumo por parte de uma pessoa querida; ou se ela é incapaz de controlar o desejo de comprar; ou, ainda, quando gastos frequentes e excessivos interferem significativamente em vários aspectos de sua vida.

"Para o compulsivo, o que excita é o ato de comprar, não o objeto comprado. Essa pessoa tem vontade de adquirir, mas não de ter", explica a psicanalista. Segundo a especialista, quem possui essa doença é ansioso e, muitas vezes, mente e omite para encobrir a compra. O motivo desse comportamento é a culpa e o arrependimento que sente.

Muitos problemas e soluções

De loja em loja, o compulsivo enche a sacola, estoura o limite do cartão de crédito e gasta muito dinheiro. Muitos adquirem dívidas de até dez vezes o que ganham mensalmente. Dificuldades financeiras podem gerar problemas pessoais, familiares e, até mesmo, com a justiça. "Algumas vezes, aplicam golpes, passam cheque sem fundo e pedem dinheiro emprestado para quitar as dívidas geradas pela compulsão. Não é um defeito de caráter, é uma doença mesmo, a pessoa não é desonesta, ela tem uma incapacidade de controlar esse impulso. Elas chegam ao tratamento porque acabam atrapalhando a vida das outras pessoas", conta a psicanalista.

O melhor tratamento para quem tem um desejo incontrolável de gastar é um acompanhamento com especialista que, em casos necessários, indicam a medicação apropriada. Para que o tratamento dê certo, o compulsivo por compras deve reconhecer e admitir o problema. "O primeiro passo para a cura de qualquer vício, seja por drogas, álcool ou compras, é aceitar e desejar ser tratado", conclui a médica.

Fonte: Ampla Comunicação. Press release. 22 de dezembro de 2010.

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