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Técnica a Energia Solar Inativa HIV no Leite Materno

Por Bjorn Falck Madsen

FREDENSBURGO (Reuters Health) - Uma nova invenção dinamarquesa pode significar uma grande descoberta na luta contra infecções por HIV em países do terceiro mundo.

A pasteurização do leite materno infectado com HIV a 60 graus Celsius por 30 minutos, utilizando uma técnica movida a energia solar, inativa o vírus com eficácia, assim como bactérias causadoras de doenças.

A nova técnica fornece benefícios não só à saúde, mas também representa uma redução importante nos gastos com saúde.

Segundo Anders Fjendbo Jorgensen, do Hospital Kolding, na Dinamarca, a mãe pode operar o pasteurizador de leite materno sozinha e o custo anual por criança é de cerca de 100 dólares.

Jorgensen destacou que, comparada ao preço de fornecer medicação anti-retroviral à mãe infectada com HIV, cujos custos superam os 3.000 dólares a 6.000 dólares por meio ano, a técnica de pasteurização é uma solução que, consideravelmente, é melhor administrada e mais barata.

O pesquisador destacou que as alternativas à amamentação por uma mãe infectada com HIV seriam o leite de vaca ou uma fórmula especial. Entretanto, o leite de vaca não está facilmente disponível e a fórmula tem aumentado a mortalidade infantil devido à ausência de anticorpos importantes que protegem contra doenças infecciosas.

Jorgensen disse que, com a pasteurização solar do leite materno, os anticorpos são preservados no leite materno, de modo que as vantagens para a saúde de amamentar são mantidas.

"Esperamos que, em breve, a técnica de leite materno seja introduzida em países onde o leite de uma mãe é usado para alimentar outras crianças", afirmou Jorgensen. "Isso inclui hospitais na África, América do Sul e Extremo Oriente", acrescentou o pesquisador.

"Além disso, seria fácil dar instruções às mulheres de como utilizar a técnica movida a energia solar em casa. Levando em consideração os benefícios à saúde de usar este método de pasteurização, isso pode significar muito em termos de saúde pública melhor e gastos de saúde menores", explicou Jorgensen, que é especialista em doenças tropicais e infecciosas.

O pesquisador vem trabalhando no Programa de Controle Nacional da Aids, na Tanzânia, há 3 anos.

Atualmente, ele está coordenando um grupo de cientistas na Dinamarca e Tanzânia envolvido no uso da energia solar aplicada à saúde.

Jorgensen destacou o fato de que a tecnologia de pasteurização não só inativa o HIV no leite materno, mas também pode ser usada para descontaminar a água.

"Agora, cerca de 120 mulheres no Centro Médico Muhimbili, em Dar es Salaam, estão (extraindo) leite materno e pasteurizando-o para seus filhos e outras crianças, a maioria bebês prematuros em incubadoras, crianças com fenda palatina, ou problemas similares", disse Jorgensen.

"Entretanto, ainda precisamos descobrir como é fácil para essas pessoas lidar com o método em suas próprias casas", acrescentou.

Ele destacou que a indústria farmacêutica não está apoiado a promoção do conceito de pasteurização, um modo de prevenção de baixa tecnologia que, a longo prazo, iria reduzir a necessidade de drogas para tratar a Aids.

Sinopse preparada por Reuters Health

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