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Descoberta nova proteína ligada a Alzheimer

Por Patricia Reaney

LONDRES (Reuters) - Cientistas canadenses anunciaram, na quarta-feira, que identificaram uma nova proteína envolvida no desenvolvimento da doença de Alzheimer, principal causa de demência na velhice.

A proteína, chamada nicastrin, pode abrir caminho para novas drogas para tratar o distúrbio cerebral, pois está ligada à degeneração de células nervosas e à formação de placas amilóides no cérebro, características da doença.

"Esta nova proteína está fundamentalmente envolvida na produção do peptídeo beta amilóide", disse o professor Peter St. George-Hyslop, fazendo referência ao fragmento da proteína que é a estrutura dos blocos das placas.

"(Nicastrin) Parece estar envolvida na fase inicial (do processo) por ter uma produção excessiva ou por não ser eliminada de forma efetiva em todas as formas da doença de Alzheimer", disse o professor da Universidade de Toronto.

A proteína pode dar aos cientistas um novo instrumento para elaborar drogas que possam bloquear a produção do peptídeo e diminuir a formação de placas.

"Uma maneira para diminuir ou mesmo deter a doença de Alzheimer é controlar e reduzir a produção do peptídeo beta amilóide", disse Hyslop em entrevista por telefone.

A equipe de pesquisadores descobriu a nova proteína enquanto estudava componentes que aderem a outras proteínas -- presenilin 1 e presenilin 2 -- e que estão envolvidas no desenvolvimento da doença.

"Descobrimos uma maneira de manipular a nicastrin tanto para aumentar quanto para diminuir sua produção", explicou o pesquisador.

Milhões de pessoas em todo o mundo sofrem com a doença de Alzheimer que é duas vezes mais comum entre mulheres que em homens.

Cerca de 5 por cento das pessoas com mais de 65 anos de idade e 20 por cento das pessoas com mais de 80 anos têm a doença.

Não há cura para a doença, mas algumas drogas estão sendo desenvolvidas para barrar sua progressão e aumentar as funções cognitivas. Os doentes apresentam perda de memória que progride para demência e morte.

Os resultados da pesquisa foram publicados na última edição da revista científica Nature.

Sinopse preparada por Reuters Health

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